Se você é mãe, já sentiu em algum momento da sua vida, os olhares de reprovação em sua direção e os julgamentos que fazem, às vezes, silenciosamente, outras, abertamente, sobre a sua maneira de criar seus filhos.

Não dá para falar da culpa da mãe sem falar desse julgamento implacável, se não bastasse o quanto que você já se culpa internamente, com aquele sentimento generalizado de não conseguir fazer o suficiente, não fazer as coisas certas ou de estar tomando decisões que podem “estragar” seus filhos no futuro.

A culpa da mãe (ou do pai) pode ser temporária, como eu me sinto sobre meus filhos assistindo Peppa Pig, por exemplo, além da conta, esta semana. Ou pode ser a longo prazo, como a escolha de uma escola que resultou em algum trauma em nosso filho, ou mesmo, a crise no casamento que respinga diretamente nele, ou o extresse no trabalho que me faz estar sempre cansada e não conseguir brincar ou ter um tempo de qualidade com as crianças.

Algumas mães sentem um medo ou um peso nos ombros (ou peito, alma, etc.), e algumas sentem pânico – como se precisassem resolver o problema agora. A culpa da mãe é o dever de sempre saber o que dizer e o que fazer nas mais complicadas situações, é se comparar com outras mães que estão… “tirando de letra”, enquanto você, está surtando por dentro.

A culpa da mãe tem muitas origens, desde inseguranças pessoais até pressões externas da família, amigos, mídia social e outras fontes.

Uma rápida rolagem no Instagram mostrará centenas de postagens do que outras mães parecem estar fazendo tão bem, desde atividades educacionais, até bebês perfeitamente arrumados, posando com doçura. (Lembre-se: mal sabemos se eles estavam tendo um ataque de raiva apenas alguns segundos antes ou depois daquela foto.).

Culpa trabalho-família

Com base em um estudo de 2016 com 255 pais, as mães que trabalham podem sentir mais culpa associada ao trabalho que interfere na família do que os pais que trabalham. Claro, as experiências de cada família são únicas.

Onde toda essa culpa internalizada pode levar?

Há uma pequena dose de culpa da mãe que pode ser produtiva. Se seu filho realmente está comendo mal o dia todo, todos os dias, e você começa a sentir aquele pequeno pressentimento de que pode não ser a melhor escolha, isso pode ser algo bom para prestar atenção.

Mas quando a culpa da mãe começa a te fazer duvidar da sua decisão que, você pensava ser correta – com base no que é certo para seu próprio filho e família – isso se torna prejudicial.

Por exemplo, digamos que uma mãe que trabalha toma a decisão de alimentar seu bebê com leite em pó desde o início por uma variedade de razões pessoais – e válidas. Então, uma amiga bem-intencionada faz um post nas redes sociais sobre a profunda conexão que ela tem com seu bebê quando está amamentando, completa com os extensos benefícios médicos e emocionais da amamentação (e talvez um selfie de amamentação).

Para ser claro, não há nada de errado em compartilhar esses tipos de triunfos pessoais, e o amigo neste exemplo, não está tentando envergonhar ninguém.

Mas se a mãe que trabalha já está tentando fazer o melhor que pode e tem alguma tristeza com sua decisão de alimentar seu filho com o leite em pó, postagens como essas podem parecer um ataque direcionado especificamente a ela.

Quando esses sentimentos surgem, é possível que a culpa da mãe esteja se tornando uma questão mais abrangente em sua vida que precisa ser abordada.

Cuide de você para que você possa cuidar deles

Às vezes, a culpa da mãe é tão difundida que inibe sua capacidade de ser mãe. Se você sentir que a culpa está criando altos níveis de ansiedade, vale a pena falar com o seu médico, pois pode indicar uma condição de saúde mental mais grave, como ansiedade ou depressão.

Para muitas mães, é uma questão de parar as comparações e recuperar a confiança em suas próprias decisões para o bem da sua família.

Superando a culpa da mãe

1 – Identifique as fontes de culpa

Mergulhe nas verdadeiras razões pelas quais você sente culpa, e elas podem remontar à sua própria infância. A gravidade da culpa da sua mãe pode depender de qualquer um dos seguintes fatores:

– se você está tentando melhorar uma estratégia parental que acha que seus pais não fizeram muito bem;

– se você possui transtorno obsessivo-compulsivo ou outras condições de saúde mental;

– se você teve traumas passados;

Tente fazer um diário ou fazer uma anotação rápida em seu telefone quando sentir culpa e, com o tempo, questões mais profundas podem surgir.

Talvez, por exemplo, você perceba que a maior parte da culpa vem do envolvimento em atividades: você sente mais quando outros pais falam sobre as aventuras que fazem com seus filhos. Ou talvez a maior parte se deva às escolhas alimentares ou à relação do seu filho com a escola e o aprendizado.

Uma vez que você possa identificar as áreas que causam a sensação, é mais fácil observar esses gatilhos. É também um ótimo primeiro passo para fazer uma simples mudança na direção certa, em vez de uma revisão completa do estilo de vida.

Conheça sua verdade

Tendo identificado seus gatilhos passados ​​e sua educação, você pode seguir em frente para encontrar sua verdade pessoal como mãe ou pai.

Algumas famílias fazem uma declaração de missão. Outros apenas conhecem inerentemente seus valores centrais. De qualquer forma, é essencial usar essa declaração como uma régua de medição contra a qual você pode tomar decisões.

Se é mais importante em determinados momentos que seus filhos se divirtam, pode não ser tão importante quanto tempo eles passam assistindo a um ótimo filme ou brincando livremente. Se você valoriza mais o sono e o bem-estar, talvez limite o horário da TV para garantir que a hora de dormir seja às 20h. Seja qual for o valor que você valoriza, nomeá-lo e cumpri-lo minimizará a culpa da mãe.

Círculo confiável

Você está cercado de pessoas que pensam como você e apreciam seus valores? Se não estiver, reavalie seu processo de tomada de decisão para garantir que está ouvindo fontes valiosas de informação.

Se o seu vizinho sabe-tudo tem conselhos sobre tudo e deixa você se sentindo inseguro sobre suas próprias decisões, ela pode não ser a melhor fonte para confiar.

Restringir o grupo de pessoas com quem você discute decisões importantes pode ajudar a reduzir a opnião não solicitada: Mantenha esse grupo para seu parceiro, um familiar de confiança, seu pediatra e um amigo de confiança ou pequeno grupo de amigos sem julgamento. Se nenhuma dessas pessoas atender a essa descrição, é hora de encontrar um terapeuta incrível.

Ouça seus filhos e sua intuição

A intuição da mãe não é um mito, mas sim uma forte fonte de sabedoria e poder de decisão que nós mulheres, ao longo dos tempos, usamos para manter nossos filhos seguros e saudáveis.

De onde vem a culpa da mãe?

Infelizmente, de outras mães.

De onde vem a culpa da mãe? Infelizmente, de outras mães. Não seja aquela mãe no parque que tenta convencer as outras, com palestrinhas com tom de autoridade.

Não seja aquela mãe no parque que fica tentando convencer uma outra mãe sobre os malefícios do uso das chupetas, ou sobre qualquer outro assunto que te faz acreditar que o seu jeito de cuidar e criar o seu filho é o melhor, apenas guarde suas críticas para você.

Pare de tentar mostrar que você sabe mais, e de dar palestras sobre como uma criança criada com uma dieta diária de couve sem glúten e sem laticínios, saladas, tem mais foco do que aquele que toma sorvete e come Doritos.

Tome cuidado quando você estiver fazendo postagens nas redes sociais que podem parecer que você esta tentando se gabar ou empurrar uma agenda para outras mães. Devemos amenizar a culpa da mãe e não espalhá-la.

Em vez disso, procure encorajar outras mães a seguir seus próprios corações de mãe. (Ao mesmo tempo, se você tem um momento orgulhoso de mãe para compartilhar, compartilhe, mas não para dizer que a sua fórmula deve ser seguida).

*DA REDAÇÃO RH. Com informações HL Foto de Zachary Kadolph no Unsplash

VOCÊ JÁ VISITOU O INSTAGRAM E O FACEBOOK DO RESILIÊNCIA HUMANA?

SE TORNE CADA DIA MAIS RESILIENTE E DESENVOLVA A CAPACIDADE DE SOBREPOR-SE POSITIVAMENTE FRENTE AS ADVERSIDADES DA VIDA.