Recentemente, uma pesquisa realizada no Netherlands Cancer Institute, fez uma descoberta surpreendente: um novo órgão humano, até então desconhecido, foi identificado por acidente.

A descoberta pode abrir caminhos para melhorar a qualidade de vida de pacientes com câncer submetidos à radioterapia.

A descoberta acidental

Em 2020, enquanto investigavam o câncer de próstata, os pesquisadores realizaram exames de PET e CT com pacientes que receberam glicose radioativa. Durante as análises, notaram duas áreas na cabeça que brilhavam mais do que o esperado.

Com pesquisas adicionais, perceberam que se tratava de um conjunto previamente desconhecido de glândulas salivares, localizado atrás do nariz e conectando a cavidade nasal à garganta.

As glândulas salivares tubariais

O órgão foi batizado de glândulas salivares tubariais e desempenha uma função vital: lubrificar e umedecer a região da garganta atrás do nariz e da boca. Apesar de existirem glândulas salivares maiores, este conjunto menor passou despercebido por décadas devido ao seu tamanho reduzido e difícil acesso.

“Ninguém sabia que estavam lá. Só conseguimos identificá-las graças a exames de imagem extremamente sensíveis”, explicou o Dr. Wouter Vogel, oncologista radioterápico do instituto.

Relevância para pacientes com câncer

A descoberta ajuda a explicar por que alguns pacientes que passam por radioterapia enfrentam boca seca e dificuldade para engolir. Até agora, os tratamentos não levavam em conta essas glândulas, que podem ser danificadas com radiação mal direcionada.

Com a identificação das tubariais, os cientistas esperam desenvolver métodos para proteger essas glândulas. Dessa maneira, minimizando os efeitos colaterais e melhorando a experiência dos pacientes durante e após a radioterapia.

Próximos passos

Agora que o órgão foi descoberto, o desafio é determinar como preservar suas funções durante procedimentos médicos. A expectativa é que essa descoberta revolucione parte do tratamento oncológico, oferecendo mais conforto e segurança para os pacientes.

O corpo humano continua surpreendendo: mesmo no século XXI, ainda há segredos a serem revelados, mostrando que a ciência está longe de conhecer todos os mistérios do nosso organismo.

Imagem de Capa: Netherlands Cancer Institute