Donald Trump está recorrendo a uma estratégia conhecida como “Teoria do Louco” (Crazy Theory) — também chamada de Doutrina da Imprevisibilidade — para pressionar aliados e adversários por meio da incerteza.
Essa abordagem, usada no passado por líderes como Richard Nixon, tem sido aplicada de forma calculada por Trump, causando mudanças globais e deixando o mundo em estado de alerta.
O que é a “Teoria do Louco”?
Esse termo descreve uma tática onde um líder simula imprevisibilidade extrema — inclusive ameaças inesperadas — para fazer com que outras nações cedam em negociações por receio de consequências drásticas.
Cientistas políticos descrevem isso como uma forma de coerção indireta.
De acordo com analistas políticos, Donald Trump centralizou decisões externas na Casa Branca e elevou a imprevisibilidade a uma arma estratégica. Dessa maneira, ele se tornou um jogador difícil de prever — uma característica que tem surpresas deliberadas e mudanças súbitas, como ocorreu recentemente com ações no Oriente Médio.
Exemplo real: pressão na OTAN
Nos bastidores da OTAN, rumores indicam que Trump trocou segredos de estado por garantias de cumprimento do Artigo 5. Em troca, líderes europeus tiveram de prometer aumento nos gastos com defesa, saltando para 5% do PIB — uma curva inédita na cúpula de Haia.
Nixon inspirou a Técnica do Louco
Em 1968, Richard Nixon ordenou que Henry Kissinger difundisse a ideia de que ele era “maluco”, para forçar o Vietnã do Norte a negociar. Trump reedita essa lógica moderna ao manter o mundo em tensão constante, o que, segundo especialistas, aumenta seu poder de barganha.
No entanto, essa tática tem fraquezas. Se o mundo perceber que é apenas uma encenação, sua eficácia diminui. Além disso, adversários endurecidos, como Rússia e Irã, podem retaliar, inclusive acelerando projetos nucleares ou reforçando defesa, comprometendo os ganhos esperados.
Impacto a longo prazo
Embora a imprevisibilidade possa gerar ganhos imediatos, como o aumento de gastos europeus, por outro lado, pode corroer a confiança de parceiros. Líderes como o chanceler alemão Friedrich Merz já falam em Europa independente, revelando as consequências do estilo errático americano.
Vale a pena apostar na tática?
No presente, Trump colhe frutos — mas a longo prazo, o risco é alto. Se os aliados perderem confiança e os adversários se armarem ainda mais, a estratégia pode se voltar contra seus interesses. Em resumo, funciona para mover peças no tabuleiro agora — mas pode fragilizar alianças no futuro.
Imagem de Capa: President Donald Trump