Amor não é sentimento de troca. Não funciona assim “eu entro com o sentimento e você com a reciprocidade”. Ou ele nasce naturalmente ou morre mais rápido do que num piscar de olhos.

Ele trai, mas é um bom pai. Ela é fútil, mas é bonita. Ele é grosso, mas a assume como namorada. E, acreditando nessas qualidades ilusórias, você continua nesse relacionamento destrutivo e comprometedor, porque, afinal, o que importa é estar em um “relacionamento sério”.

Para realmente ser livre, é preciso entender que, na vida sentimental, não existe a lei da compensação: a pessoa pode ser sensacional, ter as qualidades (aparentes) mais incríveis do mundo e as famílias torcerem mais do que final de Copa do Mundo, mas se não rolar admiração, disposição e sentimento, esqueça. O relacionamento jamais dará certo.

A reciprocidade é a base de todo relacionamento. Fato! Sem ela nada flui. A pessoa pode ser incrível, fazer todas as suas vontades e amá-lo incondicionalmente, mas se você não sentir a mesma coisa, a probabilidade do sentimento morrer é de cem por cento. Lembro de Dom Quixote relatando a seu fiel companheiro, Sancho Pança, o que era um amor recíproco:

“Quando você realmente amar alguém e for recíproco, você vai ver como é bom amar! Para amar não precisa namorar, e blá blá blá, mais o namoro é a melhor forma de expressar o sentimento, quando você sentir suas pernas tremerem, sua barriga gelar, seu corpo ficar mole, aí sim você vai entender a magia de amar”.

Amor não é sentimento de troca. Não funciona assim “eu entro com o sentimento e você com a reciprocidade”. Ou ele nasce naturalmente ou morre mais rápido do que um piscar de olhos.

Muitas vezes, somos amados, mas não amamos. E isso é normal. Entenda que você tem o direito de não amar, mas tem a obrigação de deixar isso claro.

Pode doer, machucar, magoar, mas passa. O que não dá para é ficar em um relacionamento só porque o outro é considerado bom moço.

Que mulher nunca se envolveu com um cara “fofo”, que fazia tudo por ela, mas que não fazia o coração bater? Que cara nunca namorou uma princesa, que tinha todas as qualidades que sua mãe sonhava, mas que nem saudades despertava?

O amor é uma mistura de desejos, vontades e conquistas e, para que tudo isso se concretize, precisa de sentimentos reais. Como diz Arnaldo Jabor:

“Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo à porta.”

Ele pode ser um bom pai, mas continua sendo um péssimo marido. Ela pode ser uma boa profissional, mas continua sendo uma péssima amiga. Ele pode ser um bom filho, mas continua sendo um péssimo namorado. Acredite, a lei da compensação, não existe!

Não se culpe por não amar o cara bacana do trabalho ou a garota dos sonhos da sua família. Até porque, as pessoas que amamos fogem às regras.

São as que possuem a mesma liberdade que temos, que buscam a mesma evolução profissional, espiritual e intelectual. São aquelas que caminham conosco, que não controlam os passos, nem medem os esforços. São aquelas que não usam “eu te amo” como bom dia, mas que despertam o melhor que podemos ser e sentir, dia a dia.

Como dizia Rubem Alves: “Mais fundamental que o amor é a liberdade! A liberdade é o alimento do amor! O amor é pássaro que não vive em gaiola! Basta engaiolá-lo para que ele morra! Ter ciúme é reconhecer a liberdade do amor! O desejo de liberdade é mais forte que a paixão! Pássaro eu não amaria quem me cortasse as asas! Barco eu não amaria quem me amarrasse no cais!”








A literatura vista por vários ângulos e apresentada de forma bem diferente.