Cuidar dos irmãos mais novos pode parecer um gesto de responsabilidade, mas quando isso acontece de forma constante, intensa e precoce, pode deixar marcas emocionais profundas.
A psicologia chama isso de “parentificação” — e os sinais podem acompanhar a pessoa por toda a vida.
Muitos cresceram ouvindo que eram “boas em resolver problemas desde pequenas” ou “muito maduras para a idade”. No entanto, todo esse desenvolvimento precoce pode gerar uma sobrecarga emocional e um desequilíbrio nas dinâmicas familiares.
O termo parentificação foi criado pelo psiquiatra húngaro Ivan Böszörményi-Nagy, e descreve quando uma criança assume responsabilidades emocionais ou práticas que caberiam aos pais. Isso inclui consolar emocionalmente os pais, cuidar dos irmãos, administrar tarefas da casa ou servir como mediadora de conflitos.
Embora ajudar em casa seja natural, a parentificação vai além da colaboração saudável: ela impõe à criança um papel de adulto, muitas vezes sem que ela tenha escolha.
Essa inversão de papéis pode trazer efeitos psicológicos duradouros, especialmente quando a criança nunca teve espaço para apenas “ser criança”.
Portanto, descubra quais são os comportamentos comuns na vida adulta que podem indicar que você viveu isso na infância:
Pessoas que tiveram grandes responsabilidades desde pequenas tendem a acreditar que precisam resolver tudo sozinhas. Ainda crianças, foram ensinadas que depender dos outros não é uma opção — e por isso, pedir ajuda pode ser visto como fraqueza.
Mesmo quando fazem pausas merecidas ou dizem “não” a pedidos exagerados, essas pessoas podem sentir uma culpa desproporcional. Isso acontece porque, desde cedo, elas foram programadas para se colocar em último lugar.
Quem cuidou dos irmãos, da casa ou até dos próprios pais desenvolve um forte instinto de controle. Dessa maneira, refletindo em suas relações, onde tentam prever ou resolver tudo — inclusive problemas que não são seus.
Crescer cuidando dos outros faz com que a própria identidade fique em segundo plano. Na vida adulta, essas pessoas podem ter dificuldade de saber o que realmente gostam, querem ou precisam — já que sempre colocaram os outros em primeiro lugar.
Muitos adultos parentificados repetem, sem perceber, o padrão de cuidar excessivamente dos parceiros, amigos ou até colegas de trabalho. Desse modo, gerando relações desequilibradas e afetar a autoestima.
Estar sempre responsável por tudo desde pequeno leva o corpo a entrar em modo de vigilância permanente. Ansiedade, dificuldade para relaxar ou até crises de exaustão emocional são sintomas comuns.
Geralmente, essas crianças crescem sendo cobradas e nunca devidamente valorizadas. Portanto, essas pessoas podem sentir desconforto ao receber elogios. Elas se acostumaram a se doar sem esperar nada em troca — e acreditam que seu valor vem apenas da utilidade para os outros.
O primeiro passo é reconhecer que aquilo que você viveu não foi normal nem saudável — e que você tem o direito de curar essas feridas. Terapia, autoconhecimento e práticas de autocuidado são fundamentais para romper com padrões de sobrecarga emocional e reconstruir uma identidade mais livre.
Lembre-se: você não precisa carregar o mundo nas costas. Cuidar de si também é um ato de amor — e, agora, você tem a chance de fazer isso por você.
Imagem de Capa: Canva
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