Você tem medo de quê?
Médicos explicam por que alguns de nós sentimos o coração disparar e as pernas ficarem trêmulas quando temos de andar de elevador, falar em público, tomar injeção…
Por André Bernardo
Pouca gente sabe, mas é bom sentir medo. Saudável, até. Se você está lendo a VivaSaúde, confortavelmente refestelado no sofá da sala, é porque seus antepassados tiveram medo. Se não fosse assim, a espécie humana não teria sobrevivido à fúria de predadores, ou escapado do ataque de bárbaros. É o medo o que nos deixa alerta e nos prepara para lutar ou fugir diante de uma determinada sensação de perigo
“Esta é uma reação normal e útil para a nossa preservação. Ao sentirmos medo, tomamos providências para evitar situações de risco”, analisa o psiquiatra Antônio Egídio Nardi, do Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Sem essa sensação, jamais olharíamos para os lados antes de atravessar a rua e, muito provavelmente, já teríamos sido atropelados há muito tempo.
Mas, e se o medo de ser atropelado fosse tanto, que nos impedisse de sair de casa? Medo é saudável; fobia, não. “Fobia é o nome dado ao medo inexplicável que sentimos de determinados animais, objetos ou situações. É tão irracional que chega a paralisar a pessoa. Além de causar sofrimento psicológico, traz, ainda, enorme prejuízo social”, observa o psiquiatra Leonardo Gama Filho, da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).
E põe prejuízo social nisso! No caso da empresária Raquel Soares*, 50 anos, o medo de avião lhe custou a carreira profissional. Toda vez que tinha de viajar, passava pelo constrangimento de tomar calmantes e perturbar as comissárias de bordo. “Certa vez, desisti da viagem após passar pela fila do check-in. Deprimida, não via outra saída senão pedir dispensa da empresa em que trabalhava”, lamenta Raquel.
Saudável ou patológico?
Segundo especialistas, não é tarefa das mais difíceis identificar uma fobia. Quer um exemplo? É natural que qualquer um de nós tenha medo de ser picado por animais venenosos, como aranhas, cobras e escorpiões. Mas, se alguém chega a passar mal só de ouvir falar o nome de algum deles, cuidado: é sinal de que o medo se transformou em fobia.
“Muitas fobias são desenvolvidas ainda na infância. É o caso da criança que copia o modelo comportamental da mãe, que morre de pavor de barata. De tanto ver a mãe subir na cadeira, aos gritos, a criança vai concluir que a barata é um animal perigoso. E logo vai desenvolver fobia de barata, também”, explica o psiquiatra Tito Paes de Barros Neto, do Ambulatório de Ansiedade (Amban) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo. Segundo estimativas, filhos de pais fóbicos têm 15% de chances de perpetuar o padrão comportamental familiar, na fase adulta.
Por vezes, tais fenômenos fóbicos são deflagrados por experiências traumáticas ou situações estressantes. Como a que aconteceu com a arquiteta Marcela Albuquerque*, hoje com 39 anos. Quando era criança, sua mãe tentou obrigá-la a tomar um remédio. Diante da recusa da menina, resolveu camuflar o comprimido em um inocente pedaço de pudim. O problema é que o remédio ficou preso na garganta de Marcela, que achou que fosse morrer… engasgada. “Passei cerca de 20 anos me alimentando apenas de sopas, sucos e vitaminas”, recorda Marcela, que desenvolveu fobia de alimentos sólidos. “Raramente ia a festas, porque suava em bicas ao ver brigadeiros e cajuzinhos. Achava que morreria engasgada se comesse um deles”, lembra.
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