Ei, você, sim você mesmo, deixa eu te falar uma coisa:

– Você não manda em nada!

E te digo isso com toda a autoridade de quem já passou por isso, aceitar que você não manda no teu destino é a melhor coisa a se fazer.

Ninguém manda ou decide o que vai fazer, definitivamente, com o próprio destino, muito menos escolhe quem vai ou fica nele, ou se vai ter realmente alguém nele. E, às vezes, aceitar que o volante não está nas tuas mãos é a parte mais difícil quando as coisas começam a não dar certo, e a vida passa a ser um castigo das coisas que você não queria que acontecessem.

Mas, as coisas tinham que acontecer. É o curso da vida. Cabe a você aceitar e entender, que algumas vezes você tem que engolir o remédio ruim, ou tomar aquela vacina dolorida, apenas para prevenir infelicidades futuras. É como aquele ditado de toda mãe, ‘errando que se aprende’, eu completo: ‘Doendo que se entende.’

Assim a felicidade vem, despretensiosa, derruba qualquer um dos seus paradigmas, das suas teses mirabolantes de como se portar em uma festa ou o que vai fazer agora que já se deu mal o bastante pra entender que estava no caminho errado.

E os caminhos errados é que são as agulhas, doloridas agulhas. E você entende que sempre deve-se ouvir os conselhos de uma mãe, que as pessoas vão falar mal de você, faça bem ou faça mal, você não pode impedir, mas você pode fazer com que falem menos se não der atenção (mas antes disso vai gritar e espernear quando os boatos rolarem), vai ter inúmeras lições de que opostos não se atraem, como aprendeu em física no colégio, vai gostar de todas as músicas por um tempo, algumas mais, outras menos, mas vai passar a preferir um estilo específico depois de um tempo. Vai correr perigo por teimosia tua, fazer viagens malucas, vai rir e chorar, aprendendo algumas vezes da pior maneira possível.

Você vai errar muito, acertar um pouco, pedir muito conselho e também seguir seu coração, vai se machucar e vai se cansar; vai dizer que essa vida de amor não é pra você e soltar aquela clássica frase: ‘Eu quero é ficar sozinho.’ Nesse momento, acredite, a tal felicidade vai rir um pouco da sua cara. Mas, você chegou lá.

Ficar sozinho, nesse ponto, não é ao pé da letra. Sozinho você chegou até aqui, tomou como seus alguns conselhos que te deram, muitos outros ignorou, bateu a cabeça até aprender, fez de tudo que podia para controlar a direção da sua vida, pisou no freio e teimou em não continuar algumas vezes. Mas agora, está pronto. Pronto para ser feliz.

E mais uma vez, agora cara a cara com a felicidade, você continua não escolhendo. Vai ser escolhido. E agora cheio de si, vai transbordar. Vai amolecer as pernas por um sorriso, e será digno de recebê-lo só para si. Vai sentir palpitar o coração só de ouvir a voz da pessoa e aquele arrepiar de até suspirar, a cada toque por mais despretensioso que seja. E você, Capitão do Navio da sua vida, entenderá que ‘deixou’ o vento te levar todo esse tempo, e mesmo se enfiando em muitas tempestades mar à fora devido as teimosias suas, descobriu com muito custo a calmaria no tesouro que seu destino, totalmente justo, já tinha reservado para você. Porquê, felicidade completa é felicidade a dois.