Pessoas que fazem campanha para doação de comida, que se disponibilizam a ajudar os outros sem receber nada em troca, gente que faz parte ativamente de ONGs… Existe muita gente boa disposta a fazer do nosso mundo um lugar melhor. São os chamados altruístas e eles e não esperam nada em troca. Será que não, mesmo?

Por que o altruísmo faz bem para o altruísta?

O altruísmo é uma figurinha já bem estudada por psicólogos e neurocientistas. Os evolucionistas dirão que o altruísmo faz parte de nossa natureza por sermos seres sociais e que vivem em comunidades, sociólogos dirão que é uma evolução do nosso senso de responsabilidade social, neurocientistas irão explicar o fenômeno do ponto de vista do funcionamento cerebral. Entretanto, todos eles concordam com uma coisa: o altruísmo faz bem para quem o pratica, às vezes até mais do que para aquele que é ajudado. E é aí que a coisa complica.

Existem várias pesquisas que comprovam os benefícios do altruísmo. Dos benefícios físicos, existe o relaxamento muscular, liberando tensões e aliviando dores e locais doloridos, liberação do hormônico oxitocina que tem ação cardioprotetora. Além disso, alguns estudos já demonstraram que pessoas altruístas têm seu nervo vago, um nervo responsável pelo controle de inflamações, mais ativo.

Psicologicamente falando, o altruísmo melhora a autoestima e autoconfiança, além de ser ótimo no controle do stress, depressão e ansiedade. Além disso, a oxitocina citada acima é um hormônio que nos ajuda a nos sentirmos mais próximos e conectados às outras pessoas. Desse ponto de vista, o altruísmo também é ótimo para quem precisa de um pouco mais de socialização.
Fazer o bem sem olhar a quem?
O altruísta está fazendo o bem sem olhar a quem ou está olhando para si mesmo quando ajuda alguém? Para Neel Burton, psiquiatra e professor da Universidade de Oxford na Inglaterra, “não existe isso de um ato [puramente] altruísta que não leve a algum grau (…) de orgulho e satisfação”. Neel afirma que todo ato altruísta pode ser considerado um ato de interesse próprio por pelo menos uma das seguintes razões: alívio da ansiedade, porque leva o sujeito a ter sensações prazerosas de orgulho e satisfação, a expectativa de ser reciprocidade ou de receber honras, ou porque ele liberta o sujeito de sensações ruins como culpa ou vergonha por não ter agido diante de uma situação onde ele poderia ajudar.

Entretanto, Neel afirma que não devemos ser rápidos e julgar todo ato altruísta como um ato egoísta. Para ele, a ação altruísta ainda pode ser considerada altruísta se o “ganho egoísta” for acidental ou se for algo secundário à causa principal, ou ainda se este ganho não for o determinante para levar o sujeito a agir de forma altruísta.

O psicólogo e professor da Universidade Metropolitana de Leeds, Steve Taylor, é da mesma opinião que Neel: o altruísmo puro não existe porque sempre receberemos algo em troca, ainda que de forma inconsciente. Para Steve, a empatia é algo essencial e determinante para alguns de nós agirmos de forma altruísta. Steve afirma que a empatia é muito mais do que a capacidade que temos de nos colocarmos no lugar do outro: “na minha opinião, a capacidade para a empatia demonstra que, em essência, todos os seres humanos (…) estão interconectados. Em algum nível profundo, todos somos expressões da mesma consciência”. Esta hipótese de Steve encontra eco nos benefícios físicos descritos acima, quando a oxitocina é liberada e nos sentimos mais conectados.

Outras questões
A discussão parece não ter fim e muitos filósofos e cientistas terão diferentes posições. No entanto, outras questões morais surgem a partir dessa discussão. Por exemplo, devemos julgar com um olhar severo pessoas que praticam o altruísmo? Devemos aceitar a ajuda de alguém que ofereça porque suspeitamos que ela tenha motivos menos “nobres”? Para Neel e Steve, eles acreditam que todo altruísmo, egoísta ou não, deve ser celebrado, uma vez que faz do mundo um lugar um pouco melhor, mas sugerem que você seja o próprio juiz do altruísmo quando se deparar com ele.








Atuo como psicóloga clínica/psicanalista tanto em atendimento em consultório como online. Minha especialização é em Transtornos alimentares mas também na área de relacionamentos como: dependências amorosas, lutos, casal, ciúmes, lutos/perdas, abusos, superação de traumas e outros. CONTATOS: - E-mail: [email protected] - Blog: http://www.psicologofacil.com.br - TEL: (21)99643-0230 - SERVIÇOS PRESTADOS: - Atendimento em psicologia clínica no consultório situado na Rua Jardim Botânico, 635 - Jardim Botânico - RJ - Atendimento em psicologia/psiicanálise online pelo site Terapia de Bolso: http://www.terapiadebolso.com.br