As pessoas erram.
Se há uma verdade na vida, é essa.
Elas erram o tempo todo.
Erram com quem amam.
Erram com quem não amam.
Erram até consigo mesmas.
O ser humano não é um ser absoluto e é extremamente falho em sua essência.

Não vivemos em um conto de fadas onde todos os personagens são perfeitos.
Não somos perfeitos.
Mas sabe o que somos?
Racionais.
E é isso o que nos diferencia dos animais.
Somos capazes de prever as consequências das nossas ações.
Somos capazes de ponderar, de nos colocar no lugar do outro, e de separar o certo do errado.
Somos inteligentes.
Ou ao menos deveríamos ser.

Então vamos deixar uma coisa bem clara:
Traição não é erro. Não é acidente. Não é impulso.
O traidor tem completa noção de seus atos.
Ele sabe. Apenas não se importa.

Sabe o que realmente é um erro?
Erro é mirar a bolinha de papel na lata de lixo mas acertar na pilastra ao lado.
Erro é escrever exceção com “ss”.
Erro é o que o acontece com o seu computador quando você trava a porra toda.

Erro é não anotar o recado importante que deixaram para a sua mãe.
Erro é esquecer de avisar que vai se atrasar para um compromisso.
Erro é achar que uma pessoa mudou quando ela continua igualzinha.
Erro é aquele engano inocente. A imprecisão que pode até ter vacilado, mas que não fere, não humilha, não afeta diretamente ninguém.
Porque aquilo que uma pessoa faz sabendo muito bem do que está fazendo, sabendo das suas consequências e mesmo assim não se importando com quem irá se ferir, não é erro.
Isso tem outro nome.

Não se importar com o sentimento alheio não é erro.
Sacanear alguém propositalmente não é erro.
Mentir, enganar, ludibriar, trair, não é erro.
Erro não pode ser eufemismo para canalhice.
Isso é nada menos do que falta de caráter.








Aprendeu a ler antes mesmo de conseguir segurar um livro e descobriu neles o que queria fazer para o resto da vida. Além do blog cuida de 3 gatos e é autora do livro “Fique com alguém que não tenha dúvidas”, lançado pela editora Única.