Aquele dinheiro que você achou no bolso de traz da calça quando precisava.

O ônibus que chegou bem na hora que você chegou no ponto.

Chame de coincidência. Chame como você quiser.

Eu acredito em causa e efeito. Ação e reação. Efeito borboleta (sim, tipo o filme mesmo).

Uma única ação cria uma grande sequencia de ações, que chegam a um resultado. E no final você fica com cara de idiota pensando “Nossa! Que coincidência! Como a vida é serelepe comigo!”

As coisas acontecem baseadas numa sequência de ações que vieram antes dela. As coisas simplesmente acontecem.

Mas a gente sempre tenta dar motivos pra tudo, achar razão e lógica pra tudo.

Pra quê?

“(…) moleque, sabe aquela social de ontem na Taquara que você furou comigo? (Cara, eu nem confirmei que ia). Ela tava lá. (E você não sabia que ela ia? Valeu…). Não, juro. Não olhei o evento no Facebook, só fui. E nem era de amigos em comum, muita coincidência ela estar lá. (Pois é. O que aconteceu?) A gente se esbarrou algumas vezes mas estávamos em rodas de amigos diferentes. Nem ia falar com ela, nada a ver. Fiquei na minha trocando ideia com o pessoal, tentando não pensar que ela tava ali. Tava levando de boa e me controlando pra não fazer nada. Dai na hora de ir embora uma amiga minha pede carona… e ela veio junto! Porra! (hahaha e você deu, claro). Claro! Vou falar o que? Ela ficou toda sem graça quando viu que a carona era comigo, mas veio mesmo assim. (Perai, qual foi a ultima vez que vocês se falaram ou se viram?) … Que eu me lembre… Umas 5 vezes, sei lá. Lembro que passei por ela no shopping uma vez, ela tava com um cara. Outra vez na Lapa. Uma vez na fila do cinema também… Mas deve ter meses que não nos falamos, só essas visões aí do nada. (Entendi… dai você deu carona pra sua amiga e pra ela e ficou o tempo todo sem nem trocar um “oi”?) Então, cara… to te mandando mensagem com ela aqui do meu lado na cama. Ela dormiu aqui! (hahaha a vida é foda, né?)”

Não acredito em coincidências quando se trata de pessoas.

Eu acredito em destino.

Acredito que nada é por acaso.

Talvez várias “coincidências” aconteçam com você. Não foi sem motivo.

Você pode não entender agora. Você pode ficar puto agora.

Mas em algum momento as coisas farão sentido. Lá na frente.

Ok, essa é a parte que fico meloso, tá bem?

Eu acredito que as pessoas possuem destinos. Cada um com o seu.

Claro, a gente nunca sabe o nosso. Talvez a gente nem perceba quando finalmente chegar nele.

Mas a gente, secretamente, anseia que nosso destino cruze com o destino de alguém.

Todo mundo.

Ninguém quer ficar sozinho.

Me recuso a acreditar que o destino de alguém seja ficar só. Não é certo!

Uma parte incrível (e igualmente assutadora) da vida é “a busca por encontrar alguém”, que caminha lado a lado com “à procura da felicidade”.

Ter alguém pra andar contigo na direção do seu destino.

E você, na direção do destino dele.

Eu nem quero que a gente tenha o mesmo destino. Não precisa.

Só quero ser testemunha do seu destino, e que você seja do meu.

Quero estar lá no final.

Conseguir isso.

Conseguir isso deve ser o destino de todos.

Porque, na boa, realmente é impossível ser feliz sozinho…

Uma vez uma cartomante me disse:

“(…) esse seu relacionamento agora… ele tá terminado. (Já até terminou – pensei). Mas vocês não estão acabados. Vocês ainda vão estar presentes um na vida do outro. Não vejo aquele casal que se separa e nunca mais se fala. Vocês ainda estarão presentes um pro outro… (Ok, isso eu já sabia, terminamos – pensei de novo) (…) mas você quer saber do seu futuro, não é? Bem, filho, eu vejo que você nasceu pra fazer alguém feliz. Você tem uma alma gêmea. Mas ela ainda não entrou na sua vida, não de verdade. E você é muito fechado, você não pode ser assim, viu? Você não pode se fechar e não deixar que ela entre, filho. (…) Você vai ser pai, você quer muito ser pai. Você quer ter familia grande e vai ter. (…) mas, filho, você tem que se permitir, você não pode ficar amargo, fechado, defensivo… você tem alguém especial na sua vida e se você ficar assim, nunca vai deixar que você faça ela feliz! Porque você nasceu pra fazer alguém feliz. Você tem uma alma gêmea por aí e você vai encontrá-la, só não vai perceber se ficar se cegando, se não quiser (To tomando da cartomante o mesmo sermão que tomo de amigos, que tenso – pensei no fim).”

Sinceramente? Nunca acreditei muito nisso. Fui naquela de “vamos ver se ela acerta algo”.
Ela acertou, nas descrições e previsões. (conto melhor em outro texto haha)

Talvez pelo lado mais romântico, talvez pela “busca por encontrar alguém”. Eu acredito, sim, em “almas gêmeas”, ou coisa do tipo.

Porque quando é pra ser, é. Não importa tempo, distância ou seja lá qual for a desculpa.
Quando duas pessoas devem ficar juntas, elas ficam. Ponto.

Se existe uma lei maior que a da gravidade, é a da atração.
E essa, cara… essa move o universo pra que duas pessoas se juntem!

Acredito que temos alguém que complete a gente.
Que faça a gente se sentir um todo, e não “só mais um”.
Que você não faz esforço pra agradar, e que te faz feliz com pouco.
Com um abraço, uma tarde na cama vendo filme, uma surpresa em uma “data não comemorativa”, um beijo na chuva. Que seja.

E nem precisa ser alguém parecido com a gente.
Aliás, que saco alguém muito parecido com a gente.
Alma gêmea é quem te completa onde te falta, não quem empata onde você já é.

Eu quero. Quero muito
Quero poder ter alguém que eu não precise dizer nada pra entender tudo.
Quero poder mostrar minha música preferida e, mesmo que ela odeie, ela fique feliz por eu ter mostrado.
Quero poder contar meus problemas sem medo de ser chato, porque sei que ela vai me fazer rir quando eu menos esperar.
Quero poder apresentar ela pra todos os meus amigos, porque sei que eles vão achar ela tão incrível quanto eu achei.
Quero poder ter a certeza de que ela é minha melhor amiga, minha melhor amante e um amor pra vida toda.

Eu quero muito.
E sei que você também quer.
Talvez eu já tenha.
Talvez você também tenha.
Você já olhou pro lado?

“Não se fecha, filho.”








Tem 28 anos e quando for pai será o mais babão do mundo. Diferente da maioria, adora falar em público. Escreve um livro há 5 anos, não quer ser mais um “escritor de coisas melosas”, e escreve aqui sobre relacionamentos como se estivesse dando conselho para amigos, porque está.