O que eu preciso ter pra ser o seu tipo?

Na verdade, qual é mesmo seu tipo?

Ah, claro… Os tipos da Tv, será? Das revistas de moda, será? Ou daquelas baladinhas que você frequenta todo fim de semana onde todas (eu disse TODAS) as mulheres usam o mesmo shorts, o mesmo tamanho de cabelo, mesmo gloss e até a mesma bolsa!? São essas mulheres seu tipo? É, porque se for, eu sinto muito, mas, eu realmente não sirvo pra você!

Então outro dia me peguei pensando. Todo mundo tem um tipo ideal. Eu tenho o meu tipo preferido de pessoa que me atrai, você também tem lá seu tipo, com certeza.

Daí eu bato o olho em um cara e insisto que preciso ser o tipo dele para que ele goste de mim. Certo? Bom, não tem nada certo aí, mas, continuemos o raciocínio… Me mudo. Me transformo completamente. Se sou homem e descubro que a pessoa gosta de barbados eu vou lá e táaa… taco uma barba, deixo crescer, claro. Se sou morena e o tipo do alvo são as loiras eu tomo banho de água oxigenada, destruo o meu cabelo porque não o hidrato (e clareei em casa mesmo com a ajuda de uma amiga) e pronto. Viro o tipo dele. Feito isso, estamos todos prontos para circular na frente do nosso tipo, aquele que a gente escolheu lá em cima.

Dá certo? Talvez.
Algumas vezes eu acredito que tenha dado certo sim. Você se forçou a virar o tipo de alguém que era o seu tipo. Ponto. Fim, mas não final feliz. O seu tipo muito em breve começa a descobrir que apesar da barba ou dos cabelos loiros oxigenados, você não é o tipo dele.

Entenda uma coisinha: mesmo que exista uma ideia de pessoa na cabeça do outro ou da gente, o tipo de pessoa certa pra você pode não se basear apenas na barba ou no cabelo claro. Você seria mesmo capaz de mudar tudo em você, fazer plástica (se for no físico) e até mudar sua forma de ser e pensar pra se encaixar aos padrões de outra pessoa só porque você definiu que ela é o seu tipo e que precisa ser o tipo dela?

Eu posso gostar de você, me apaixonar por você, querer você comigo agora e sempre, mas também sei que posso não ser o tipo de pessoa que você gosta de ter do lado. “Não gosto de mulheres gordinhas””Não gosto de homens baixos””Não gosto de gente que bebe e é farrista” entre outros, seja pelo físico ou pelo comportamento.

Eu, (sério!), acredito que se me aproximo de alguém que não gosta de mulheres da minha aparência ou do meu comportamento (meio metido à besta) é possível que haja algo em mim que o impressione, o surpreenda e o deixe confuso se perguntando: “qual era o meu tipo mesmo?”

NÃO HÁ TIPO!

Você até pode ter uma ideia das pessoas que gosta que mesmo que tenha um padrão, se o amor tiver que pegar, meus queridos, ele pega! Ele pega, te cega, te deixa maluco e quando você acordar estará dormindo ao lado de uma pessoa que jamais imaginou que amaria um dia. Porque é assim que as coisas acontecem, sabia?

Mas mesmo que o carinha ou a mocinha que você escolheu pra se apaixonar seja um bloqueado (ou bloqueada) que só enxerga seu próprio tipo, não perca seu tempo se transformando em quem você não é só para agradar o outro. Verá que sua transformação, sendo aquilo que você não é, agradará um tempo mas em breve o sufocará e você sentirá que precisa ser você, do seu jeito, com seus defeitos, manias, ao lado de alguém que te escolha como tipo dele!

Vivemos rodeados de milhares de pessoas no mundo! Acha mesmo que você nunca será o tipo de alguém?

Pense nisso antes de se anular, deixar de ser quem você realmente é para se tornar apenas “um tipo”. Eu sou mais que isso, você não?








Escritora, blogueira, amante da natureza, animais, boa música, pessoas e boas conversas. Foi morar no interior para vasculhar o seu próprio interior. Gosta de artes, da beleza que há em tudo e de palavras, assim como da forma que são usadas. Escreve por vocação, por amor e por prazer. Publicou de forma independente dois livros: “Do quê é feito o amor?” contos e crônicas e o mais espiritualizado “O Eterno que Há” descrevendo o quão próximos estão a dor e o amor. Atualmente possui um sebo e livraria na cidade onde escolheu viver por não aguentar ficar longe dos livros, assim como é colunista de assuntos comportamentais em prestigiados sites por não controlar sua paixão por escrever e por querer, de alguma forma, estar mais perto das pessoas e de seus dilemas pessoais. Em 2017 lançará seu terceiro livro “Apaixonada aos 40” que promete sacudir a vida das mulheres.