Confesso que hoje, após os anos e o amadurecimento (claro que ainda apanho, né) se alguém faz uma escolha, eu até tento interceder, se eu perceber que aquilo vai causar mal à pessoa, de alguma forma.
Porém, quando o caso é amor, relacionamentos e alguém vem e diz que não te ama, o que se há de fazer? Obrigá-lo a amar? É possível obrigar alguém a nos amar? E o que pode ser feito? Talvez, amordaçar essa pessoa e amarrá-la dentro de um porão ou, quem sabe, uma coisa completando outra, sequestrá-la até que ela confesse, por livre e espontânea pressão, que o ama e vai ficar com você?

Acha mesmo que assim funcionaria? Obrigando alguém que não o ama a amar?
Um dia, ele (a) escolheu ir embora. Escolheu dizendo que você não é tão importante para ele (a) quanto imaginava. Seu mundo desaba ali, na hora.
Mas então, você pensa: se ele (a) não sente por mim o mesmo que eu sinto por ele (a) e decidiu partir, por que devo insistir? Em quê insistirei? No nada? No vazio? Naquilo que não existe?
Tá, você pode até achar que ele (a) está mentindo e tentar fazê-lo (a) mudar de ideia.
Mas se ele (a) mentiu, quer dizer que escolheu e que a escolha foi viver sem você.

E, cá para nós, se ele (a) fez uma escolha, não valorizando a mulher (o homem) que estava à sua frente, por que você vai insistir?
Sei que temos amor demais no coração, sei que quando estamos apaixonadas só queremos ter aquela pessoa do nosso lado, mas, se tudo que você fez pela pessoa não foi o suficiente para que ela quisesse ficar, se cada sacrifício ou gesto de carinho não foi importante e o fez amar, por que deixá-lo ficar? Para que sofra mais vendo a vida dele (a) seguir, e a sua parada?

Imaginar que um dia ele (a) possa vir a amá-lo (a) é algo que não temos tempo mais! Estamos todos tão malucos por amor que, se seu amor é negado, não há como forçar, porque, com certeza, outra pessoa também louca por amor virá até você, aceitar aquilo que o outro não quis.

Então, minha amiga (meu amigo), deixe-o (a) partir. Lembre-se de que não foi você quem quis assim, pelo contrário, você fez de tudo para que ele (ela) ficasse, mas ele (a) escolheu.
Escolheu viver sem você, escolheu viver longe de você, sem o seu abraço, sem o seu sorriso e sem o seu amor. Foi ele (a) quem escolheu, não foi você! Então, por que sofre tanto?
É, sim, provável que um dia ele (a) se arrependa, que encontre amores vazios e se lembre do amor cheio de luz que você tinha para dar. Pode até ser que ele (a) pense em voltar, mas nem volte. Algumas pessoas são muito orgulhosas, sabe? Passam uma vida sofrendo por amores que deixaram para trás. Talvez, ele (a) seja um (a) desses (dessas). Só, que enquanto ele (a) sofre lá no futuro, você já terá reconstruído sua vida. Você não esperou por ele (a) porque sabia que não tinha o que esperar, não é mesmo? Ele (a) lhe disse, naquela manhã de segunda, que não sentia amor por você, que não o (a) queria como mulher (homem) e, oh Deus! Por que ainda iria esperar?

Ele (a) estava inseguro, protegendo-se, com medo de amar? Que importa se for?! É claro que ele (a) perdeu a única oportunidade da sua vida de viver um amor de verdade, que o faria feliz e que transformaria a sua vida, se permitisse. MAS ELE (A) NÃO QUIS.
A escolha foi dele (a), não sua. Sendo dele (a), só lhe resta tirar o pó das mãos e deixá-lo (a) seguir, sabe-se lá para onde, sabe-se lá com quem.
E tudo que resta a você é tirá-lo do coração, esquecê-lo e esperar que, um dia, não muito longe, alguém lhe diga que quer ficar para estar com você e que você é a pessoa mais importante da vida dele (a).
Uma hora isso vai acontecer, e mesmo que seu coração esteja apertado de dor agora, confie. A luz do amor brilha para todos e por que não para você?








Escritora, blogueira, amante da natureza, animais, boa música, pessoas e boas conversas. Foi morar no interior para vasculhar o seu próprio interior. Gosta de artes, da beleza que há em tudo e de palavras, assim como da forma que são usadas. Escreve por vocação, por amor e por prazer. Publicou de forma independente dois livros: “Do quê é feito o amor?” contos e crônicas e o mais espiritualizado “O Eterno que Há” descrevendo o quão próximos estão a dor e o amor. Atualmente possui um sebo e livraria na cidade onde escolheu viver por não aguentar ficar longe dos livros, assim como é colunista de assuntos comportamentais em prestigiados sites por não controlar sua paixão por escrever e por querer, de alguma forma, estar mais perto das pessoas e de seus dilemas pessoais. Em 2017 lançará seu terceiro livro “Apaixonada aos 40” que promete sacudir a vida das mulheres.