Ela era estranha. A menina queria casar ao som de No 1 Party Anthem do Arctic Monkeys e a maior das suas exigências era que seu futuro marido odiasse futebol. Ficava imaginando qual seria a cor dos olhos do rapaz, como seu nome soaria dito por seus lábios pintados de vermelho, se ele quando a visse iria saber na hora que aquela moça não era ninguém menos que o amor da sua vida. Queria ele logo, mas tinha medo dele simplesmente não existir.

Ela preferia dias de chuvas, o seu lazer preferido era ficar em casa trancada no quarto lendo romances que sempre a faziam chorar. Era chata com quem gostava e agradável com pessoas rudes. Não conseguia falar palavrão nem em pensamento, falava de amor sem nunca ter dado a chance a ele e não tolerava despedidas. Tinha o coração cheio de rachaduras e saia por ai dizendo para todo mundo que nunca tinha sido machucada. Porque era fraca e se fingia de forte para ver se assim as pessoas evitassem lhe ferir.

Ás vezes mandava embora quem ela mais queria por perto e já segurou quem nunca quis ficar. Não confiava em qualquer um e só conseguia desnudar a alma para umas duas pessoas. Por diversos momentos mendigou afeto e ignorou quem mais queria lhe ajudar. Tinha uma tendência a amar quem não era capaz de retribuir.

Se apaixonava fácil demais por quem não lhe dava a devida atenção, acabava se decepcionando e poucas semanas depois de uma dor intensa ela superada. Uma coisa boa sobre ela: Sempre conseguia superar. Porém não esquecia, sua mente fazia questão de lembrar-lhe de vez em quando suas antigas frustrações.

Ela é do tipo que chora escondida com a luz apagada e o travesseiro no rosto para abafar os soluços. Já pensou em suicídio e imaginou o mundo feliz sem ela. Ao mesmo tempo que sua fé é tão grandiosa ao ponto de fazê-la querer voar só para fugir desse caos. Quando todos viram as costas ela corre para os braços de Deus e encontra Nele seu aconchego. Ela pode está totalmente sozinha e ainda se sentir acompanhada pelo simples fato de saber que Jesus está ali sempre ao lado dela.

Se pudesse nem teria nascido, mas já que por aqui pretende fazer algo que marque os outros de um jeito bom, não quer ferir ninguém e sim levar a cura. Engraçado que apesar de tudo ela ainda acredita em finais felizes, e tem esperanças de encontrar ou ser encontrada pelo tal Grande Amor que reza a lenda aparece quando se menos espera. Ela vai ficar bem, ela sempre fica.








Tatielle Katluryn, florescida em 1996, com sangue Maranhense e coração pertencente ao céu. Sou cristã e estudante, apaixonada por livros do séc. XIX e Astronomia. E Deus me chamou para falar aquilo que Ele quer dizer as pessoas, para levar a paz a corações tão ansiosos quanto o meu. É tão linda a forma que Ele me cuida enquanto me usa para fazer sua vontade e só tenho a agradecer por tamanho amor que me consertou sem eu merecer.