Quando aprendi a me amar, muita coisa mudou. Foi um passo necessário para a minha autoestima. Assim começavam as novelas da vida real onde eu era a protagonista: decepções, choros, doses de álcool, rosto inchado. Assim continuava: make para disfarçar, amores perdidos, ligações e mensagens ignoradas. Assim terminava: coração estilhaçado.

Ainda bem que o tempo passa, cura e nos faz amadurecer. Aprendi que não deveria procurar o amor, nem acreditar tanto em promessas pós-noitadas “maravilhosas”.

E o mais difícil: que se tivesse que acontecer um amor de verdade em minha vida, viria sem eu mover uma palha. Seria algo bem natural. Quando aprendi a me amar, percebi que amor próprio é algo que se aprende ou vem com a pessoa desde o berço.

A parte de vir desde o berço, é legal e considerável. Mas o melhor aprendizado, é aquele que fazemos na prática! É um aprendizado doloroso, mas que vale a pena. Pois, eliminei as mentiras da minha vida amorosa.

Aprendi a perceber quando estava sendo enrolada. Quando não era prioridade. Quando dispensava muita atenção e não tinha de volta. Quando estava perdendo tempo, permitindo ser iludida.

Quando aprendi a me amar, percebi que o primeiro quesito para amar alguém, era ser maluca por mim mesma. Valorizar-me, pensar primeiro em mim, no que eu quero.

Depois de mais uma decepção amorosa, tratei de me cuidar. De simplesmente viver pra mim. Satisfazer os meus desejos, as minhas vontades. Sem depender de ter alguém do lado para ser feliz.

Não permiti que falsas esperanças, vindas de alguém que mexia comigo, fizessem ninho em minha cabeça. E tive relacionamentos sem enganar ninguém, sem prometer nada, sem esperar promessas.

Um relacionamento quando ambas as partes cultivam amor próprio, faz toda a diferença. Deixei de ser aquela menina “apaixonada”, que achava que o amor era tão colorido como romances das novelas das seis.

Talvez por isso eu tenha amadurecido tanto quando o assunto é relacionamento a dois. Isso foi resultado da mulher que me tornei, quando aprendi a me amar.
Enquanto estava procurando o cara perfeito, encontrava os falsos-amores e era vista como um objeto. E o dia seguinte à “balada da minha vida”, apesar de tudo dito, era só mais um dia de espera pela ligação ou mensagem que não viria.

Quando aprendi a me amar, deixei de lado essa ideia de querer ter alguém. Parei de sofrer por homem. Fui ser feliz. Parei de viver em função de encontrar “o par”.

Descobri que podia ser feliz e estar em paz, com a minha companhia. Afinal, somos todas pessoas inteiras. Que dividem a jornada com alguém. Só isso. O papo das “metades que se encontram” é a maior invenção do Planeta Terra.
Você, moça, não precisa ter alguém do lado pra ser feliz. Eu deixei as baladas, deixei de me arrumar pra ser notada. Passei a viver, pra mim!
E foi a melhor decisão da minha vida. Tudo isso me gerou mais autoestima. Quando aprendi a me amar, estava pronta pra enfrentar o mundo.








É graduanda em Psicologia, tem 32 anos. Como o que faz o mundo dela girar, são as pessoas, trabalha com Recursos Humanos. É mineira, bem casada com um Gaúcho lindo. Mora em Porto Alegre desde 2012. Está sempre lendo e ama escrever. Se sente rica, por ter vários livros em uma estante que é o seu tesouro. Ama se engajar em causas sociais, crê que a única coisa que levamos desse mundo, é o que plantamos. E que as boas obras, são fundamentais.