As pessoas não são viciadas em álcool ou drogas elas são viciadas no escapismo, no amortecimento da mente, na falta de coragem para encarar os fatos.

Elas não são dependentes químicas, elas são dependentes emocionais.

A fuga de si acontece quando o ser acredita que o complemento do que lhe falta está fora, e então passa a querer resgatar algo que perdeu, algo que ficou perdido no subconsciente diante do desvio da energia vital ocorrido por meio da repressão, negação, trauma, medo…

O ser que é reprimido perde a conexão da sua essência e sente necessidade de saciar esta falta – a falta do amor. Aquilo que não tem preenchimento interno se torna a ânsia de ter algo a mais, e então o ser parte em busca de comida, bebida, pessoas, se amortece na preguiça, usa da raiva, do orgulho, do medo como projeções extremas de sua carência. A falta, a saga do preenchimento interno se transforma nessa ansiedade.

O ser humano é divino e completo, tem em si tudo do que precisa, mas os padrões e condicionamentos o fazem acreditar que é um ser carente e vítima do mundo.

As faltas e anseios estão nesta desconexão com a própria natureza.

Vivemos tempos de remédios para dormir, outros para ansiedade, de terapias infinitas, de drogas e álcool como válvula de escape! Enquanto continuarmos buscando fora, iremos sempre criar falsas expectativas, projetar nossas carências nos parceiros e viver na co-dependência emocional. Enquanto não curarmos a criança ferida que está escondida nas máscaras e na falta de luz no inconsciente, não teremos oportunidade de ressignificar as experiências, e então nos colocaremos sempre como vitimas de um mundo injusto e cruel.

O relacionamento amoroso é um desses caminhos de troca, de lapidação do ser, e de acesso ao amor interno. A relação motivada pelo eros dá a oportunidade do acesso à totalidade por meio da sexualidade. Porém, sem entendimento, coragem e humildade, a relação pode virar um eterno jogo de acusação, sentimento de posse, e vingança ocasionado pelos mecanismos de defesa da carência afetiva.

Esta separação da fonte de amor traz um sentimento de não pertencimento, de separação – o que na verdade é tudo ilusão da mente, do ego.

Somos totais – O ego, que nos dá a individualização, o mediador dos mundos, pode também aprisionar e desconectar o ser da sua própria essência dando esta sensação de separação. Quanto mais ego, mais separação, mais angustia.

Devemos relembrar do propósito maior da humanidade – expandir a consciência! E é por meio do desidentificação do ego que é possível acessar a matriz divina que é o amor.

A medida que vamos nos conhecendo, vamos nos libertando das falsas crenças limitantes e dando oportunidade para o renascimento do ser, mais consciente, expressivo e responsável.

As repressões são o veneno do consciente, geram feridas emocionais, e é um jeito de destruir a si mesmo. Confie em si e vá para onde a espontaneidade o levar. Assim são as crianças! Elas não expressivas e naturais, são assim antes de serem condicionadas e reprimididas. Expressão é vida, repressão é suicídio.

O escapismo de si não será nunca o caminho. Tomar as rédeas da própria vida é ter consciência do ser que te habita e assim fazer o possível para acessá-lo e buscar caminhos de aperfeiçoamento e de novos entendimentos para a promoção da cura e do desenvolvimento pessoal e espiritual.

Tome consciência, desperte seu ser divino. Está tudo dentro de você.








É jornalista, atriz e tem a comunicação como aliada. Escritora por natureza, tem mania de preencher folhas brancas com textos contagiados por suas inspirações.