Perdoar é um sentimento tão nobre que poderia se chamar amor. Porém, quando falamos sobre perdão, logo pensamos naquela pessoa que pisou na bola, no ex-namorado que saiu com outra garota ou, sei lá, em alguém que nos causou dor. Mas, quantas vezes paramos para nos perdoar? Sim, isso mesmo! Nos desculparmos por estarmos tristes de vez em quando, por sentirmos ciúme ou pelo fato de não conseguirmos ultrapassar uma barreira que nos parece pesada demais em determinado momento.

Eu gosto da ideia de ser humano, de ser gente, de ter um coração que sente amor, mas que também chora. Eu permito sentir-me humana e aceito todos os prazeres e desprazeres que isso me dá. E se estou muito chateada, me sentindo perdida no mundo, eu peço ajuda sem me jogar aos leões por isso. Nós confundimos frequentemente a autopiedade com perdoar a si mesmo, mas eles nem parente são. O primeiro é uma forma devastadora de resolver os problemas, pois inclui algo chamado pena de si mesmo. Se sentir pena de alguém já causa desconforto, o que sobra para a autocondescência?

Aliás, essa palavra gera uma doença cruel e degenerativa chamada Síndrome do Vitimismo”, onde nos tornamos incapazes de assumir a responsabilidade pelo que nos causa mal e desistimos totalmente do comando da nossa vida, colocando toda e qualquer responsabilidade no outro. Quase todos nós já sofremos dela em algum momento, inclusive eu. Sim, também precisamos nos perdoar por isso.

Eu penso que o autoperdão é um sentimento legítimo dos vencedores, pois permite que os erros sejam transformados em oportunidades, e vou além, perdoar-se é permitir ser exatamente o que somos: humanos. Se estiver triste, tudo bem, repita para seu coração que você tem esse direito, que é um sentimento seu, portanto, viva-o sem autopunição, chore sem o relho na mão.

Está com ciúme daquele amigo especial que você acha que tem dado mais atenção para o novo do que para você? Ok, não tem problema, esse sentimento também é seu. Perdoe-se por sentir demais e perdoe-se se sentir de menos. Nós somos resultado de uma série de frequências que recebemos e que emanamos, foi uma amiga muito especial que me ensinou isso, aliás, vou falar sobre o que ela faz na próxima coluna. Ela me convenceu de que qualquer que fosse meu sentimento, eu poderia senti-lo na certeza de que também poderia desfazê-lo a hora que quisesse.

Como assim? Ora, tenho o direito autoral sobre qualquer sentimento que seja meu, mas também tenho responsabilidade quando esses sentimentos me fazem infeliz. Frejat disse: “Quando você ficar triste, que seja por um dia, e não o ano inteiro”, lembra? É isso que eu venho aprendendo. Sente seus dramas, mas não seja vítima deles. Use os sentimentos não tão bons a seu favor. Como? Se tropeçar, caia. Se cair, levante-se. Quando levantar, siga em frente. Pedoe-se pela queda e volte ainda mais forte.

E assim a gente vai tocando em frente, como diz aquela música que o Almir Sater fez para mim (risos). Avante, comandante! Coloca o barco na água, tudo bem se a tempestade chegar. Pare a embarcação, troque a vela e volte ao mar! A vida é dos que se permitem enfrentar o iceberg, sem pena do casco bater e quebrar. E se eu afundar nesse imenso mar, volto com tudo, volto voando, volto mais forte! Volto, acima de tudo, cantando: “se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi”.

Perdoe-se por tudo, você é único e especial no mundo.








Não nasci poeta, nasci amor e, por ser assim, virei poeta. Gosto quando alguém se apropria do meu texto como se fosse seu. É como se um pedaço que é meu por direito coubesse perfeitamente no outro. Divido e compartilho sem economia. Não estou muito preocupada com meus créditos, eu quero saber mesmo é do que me arrepia. Eu só quero saber o que realmente importa: toquei alguém? É isso que eu vim fazer no mundo.