Tenho refletido muito sobre esse tema… Talvez para tentar entender esse sentimento que insiste em me tomar de assalto quando eu menos espero, nos dias que me sinto sem chão. Nesses momentos fica evidente a invulnerabilidade, mas com ela também vem a sensação de vitória, depois de superado o momento triste… É estranho sentir tudo isso, praticamente ao mesmo tempo, mas também é muito bom, faz lembrar o motivo de nossa existência: Sentir…

Perceber esses sentimentos, senti-los e deixá-los passar. Particularmente e dentro de tudo que tenho visto, experienciado e estudado, acredito que a origem da tristeza encontra-se na solidão que sentimos de um tempo em que tudo é mais fácil, onde todos são felizes e convivem harmoniosamente. Talvez seja lembrança de alguma experiência em outra vida ou no período entre encarnações, onde e quando recebemos amor desinteressado, e todos sentem-se um só e vêem no seu irmão uma parte de si mesmo. Pensando assim torna-se mais fácil fazer e sentir caridade.

Analisada dessa forma a caridade chega a ser um sentimento egoísta… Mas é assim que eu vejo a caridade , como um sentimento de completude e de união. É sentir que as mazelas e falhas dos outros são uma extensão das nossas e que tudo teve início devido ao buraco, ao vazio que sentimos, a falta que nos faz esse tempo em que a vida é mais tranqüila e não precisamos nos esforçar tanto e tentarmos parecer e ser como querem que sejamos, ou como pensamos que querem que sejamos, quando não temos certeza de nada, nem de quem somos, nem do motivo de nossa existência. Nos conectamos tanto em nossas ilusões e nas ilusões coletivas e guardamos tantas coisas irrelevantes como mágoas, ressentimentos e desavenças que não nos permitimos enxergarmo-nos como realmente somos: Filhos de Deus!

Todos nós! Individual e coletivamente! Seres que só chegarão a ser novamente completos através da união, da ausência de julgamentos e da percepção correta do que é o mundo, quem nós somos e o real motivo de estarmos aqui: Amor. Fomos criados para amar e estendermos o amor, principalmente aos que não lembram que ele existe e, consequentemente, não lembram que também existem.

Trocando um pouquinho a frase de Descartes, filósofo grego, acredito que ?Amo, logo existo? em vez de ?Penso, logo existo?, pois pensar as vezes me deixa tonta e ainda mais confusa sobre a nossa existência e as razões de sentirmos determinados sentimentos como a solidão e a tristeza. Acho importante pensar sobre, mas acho mais importante sentir, perceber, porém desapegar-se de tudo o que não nos torna mais santos, no sentido de são, sadio, e não no sentido de falso Deus livre de pecado e de erros, porque nenhum de nós é livre de equívocos enquanto não admite sua identidade como co-criador de sua realidade ? e mesmo admitindo, ainda assim erramos e erramos muito… Esses erros devem ser encarados como aprendizado para nos tornarmos seres melhores, afinal, estamos todos em contínua evolução.

Espero que essa mensagem tenha lembrado você do quanto é especial, amado e importantíssimo para a realização de nosso plano divino, começando com a realização de sua missão. Através da realização de nossas peças nesse imenso quebra-cabeças retornaremos ao nosso estado natural e real de união e amor incondicional, pois somos -todos nós- filhos e funcionários de Deus.