A histeria feminina já foi um diagnóstico comum que, hoje, está completamente desacreditado. Em 1859, um médico chegou a dizer que um quarto de todas as mulheres sofria com histeria feminina. Outro médico catalogou 75 páginas de sintomas que caracterizavam a histeria feminina. De acordo com o documento, quase todos os males que o corpo humano sofre, independente do motivo, poderiam ser caracterizados como sintomas da doença.

Nestes tempos, mulheres que sofriam de irritabilidade, insônia, ansiedade, dores de cabeça, choro e falta de apetite, entre outros sintomas, eram diagnosticadas com “histeria”, uma doença psíquica que atingia apenas mulheres. Acreditava-se que a doença era causada por perturbações no útero associadas a insatisfação sexual. Acreditava-se que o “fogo” das mulheres estava diretamente ligado a uma doença que não levaria a morte, mas precisava de um tratamento terapêutico feito pelo médico no consultório mesmo.

Assim, para abrandar os sintomas da “histeria”, o tratamento aconselhado era a massagem genital, feita diretamente pelo médico. Com as mãos, o médico estimulava a paciente até que ela atingisse o “paroxismo histérico”, um momento em que a mulher se acalmava depois de episódios de gritos e gemidos. As mulheres precisavam visitar o médico regularmente para o tratamento da histeria e eram levadas pessoalmente pelos maridos que aguardavam do lado de fora do consultório.

Esse mesmo tratamento já havia sido indicado muito antes, em 1653, pelo médico holandês Pieter Van Foreest em que recomendava para a histeria, a ajuda de uma parteira para efetivar-se a massagem na genitália, usando óleo de lírios como lubrificante.

Toda essa sintomatologia combinada com o funcionamento normal da sexualidade feminina, e para a qual o alívio, era obtido através do orgasmo, seja através de relações sexuais com o marido ou por meio da massagem no consultório do médico.

A verdade é que essa massagem íntima era uma tarefa cansativa, e muitas pacientes demoravam horas para chegarem ao tal “paroxismo histérico”. Os médicos então, passaram a ter problemas nas mãos devido ao esforço repetitivo. Assim, para agilizar as sessões nos consultórios, o médico americano George Taylor patenteou, em 1869, o primeiro vibrador, chamado de “The manipulator“. Apesar deste ser um dispositivo grande e de aspecto assustador, o aparato levava as mulheres ao “paroxismo histérico” mais rapidamente, permitindo aos médicos descansar as mãos e atender mais pacientes.