Alguma vez sentiu-se correr uma maratona atrás da outra para alcançar aquilo que mais deseja, ou melhor, aquela pessoa que mais ama e percebeu que era um tanto faz na vida dela? Pois é, eu também.

Você corre o mais rápido que pode, olha lá na frente e vê a pessoa te esperando com a mão no bolso ou de pernas cruzadas. Seu coração bate cada vez mais rápido e você só pensa em atravessar a linha de chegada para encontrá-la. Quando finalmente atravessa a faixa ela dá um tapinha nas suas costas e diz “parabéns, chegou”, sem nenhum entusiasmo.

Infelizmente corremos atrás das pessoas quando amamos, e não só me refiro aos relacionamentos amorosos, mas os laços de amizade. Quando necessário você viaja quilômetros, larga tudo o que está fazendo para ir ajudar, fica horas ao lado, mesmo sem dar uma palavra, só pela companhia, para não deixar só. Quando você passa por alguma situação ruim, ou precisa somente de um abraço, a pessoa te devolve a “atenção” como um tanto faz.

Não que tudo o que fizeres deve esperar algo de alguém, não. Você tem que fazer tudo de coração, o que sentir de fazer, faça. Mas é um tanto quanto hipócrita dizermos que não esperamos nada, pois pensamos na reciprocidade, no carinho, amizade, amor e compreensão mútua.

Diversas vezes me doei a amores e amizades as quais me afoguei no raso. É aquela velha história de se jogar de cabeça sem ter a noção da profundidade. O resultado é sempre o mesmo, não só a cabeça rachada ao meio, mas o coração aos pedaços. O pior de tudo é que você não pode nem ao menos culpar outra pessoa, já que a culpa é exclusivamente sua por ter sido tão boba e ingênua ao se doar por completo a algo que te tratava como tanto faz como tanto fez.

Tive a experiência de ser um tanto faz em um relacionamento e em uma amizade, e para mim o mais dolorido foi a de uma amizade. São anos para se construir um relacionamento, a base, confiança, amizade, lealdade e todas aquelas coisas que você acredita que só fortalece o vínculo.

Amores vão e vem, e por mais dolorido que seja, jamais deve ser comparado a de uma amizade, pois na minha concepção, uma amizade dói muito mais. Só que fui ensinada pela vida que tudo, absolutamente tudo passa. No final, o que fica, permanece no coração são apenas as boas lembranças e o aprendizado.

Aprendi a ser mais atenta a quem me doar por inteiro, seja o que for. Pois quando houver qualquer indício de que não existe reciprocidade é essa a hora de parar de insistir, de se doar por inteiro, de ser o melhor amigo, a melhor namorada ou qualquer coisa que me faça andar para frente sozinha. É nessa hora que a gente tem que acordar para vida e deixar de ser o tanto faz.

Se podemos ser tudo na vida de alguém, e se já fomos, por que aceitar ser menos? Não faz sentido, já que Deus disse que merecemos o melhor desta terra. Certo?








Nascida em 1989, na cidade de São Paulo é formada em jornalismo pelas Faculdades Integradas Rio Branco. Blogueira e metida a escritora é apaixonada por prosas, crônicas e contos. Seus sentimentos e pensamentos ela expressa em seu blog “pelos olhos da cidade”. Dedicada, esforçada, exageradamente dramática e otimista, procura ver a vida de uma forma simplista. É uma antítese incessante.