Se for para se jogar que seja em um oceano infinito, não em uma piscina de plástico, se for para transbordar, que seja de tanto amar e se for para chorar, que seja de tanto rir. Chega de tentar nadar em uma tampinha de Coca-Cola e ainda assim se afogar nas próprias emoções.

Quantas vezes pulei de cabeça em um amor que era tão raso que me fez rachar a cabeça em pedaços. A gente pula de um penhasco acreditando que ali vai estar um rio fundo, mas não, se joga no escuro e espera segurar a mão de quem se ama, e quando bate com tudo no chão sente o choque. Lá está você, despedaçada, jogada, sangrando e procurando os pedaços para ajuntar e evoluir com aquilo.

Não são dias ou apenas duas semanas para que se recupere. Levei meses, quase um ano para me refazer de um amor tão raso quanto uma poça de lama. Você pode estar se perguntando se eu não vi que ali existia um buraco que eu podia cair, não, eu fui ingênua.

Quando estamos apaixonados perdemos um pouco nossos sentidos, principalmente a visão. Enxergamos aquilo que queremos, e posso até dizer que sentimos também até um pouco demais. Tudo se torna muito intenso.

Já li muitos textos que dizem que o amor é complicado e me recuso acreditar nisso. Nós o complicamos, por vezes, entregamos nosso coração a pessoa errada, e quando tudo termina queremos achar um culpado, nunca é quem nos fez sofrer e então vamos lá e dizemos que a culpa é do amor.

Lá em 1 Coríntio 13, do versículo 4 ao 8, na bíblia, nós temos uma visão linda sobre o que é o amor e é exatamente nisso que eu acredito: “o amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca falha”.

É ou não é lindo esse versículo? Não é exatamente o que buscamos no amor por alguém? Sabemos que passaremos por diversas situações desencontradas seja no dia, na semana, no mês ou no ano, mas se o amor é puro, maravilhoso e ele existe, então, por mais que iremos sofrer por ele, no fim, suportaremos e sobreviveremos porque ele nunca falha.

O amor é o bem mais precisos que carregamos no coração, e dar a ele para quem não merece e se despedaçar depois é a maior prova disso. A palavra pode até ser pequenina, mas ele tem um significado enorme. Se o amor fosse realmente algo insignificante não iríamos sofrer tanto e passar meses e meses para nos recuperarmos.

Por isso, antes de entregar seu coração, – o bem mais precioso que você tem – a alguém e o encher de amor, pare, pense, observe e tenha a certeza de que não o está jogando de um penhasco para cair não em um rio profundo, mas no chão.








Nascida em 1989, na cidade de São Paulo é formada em jornalismo pelas Faculdades Integradas Rio Branco. Blogueira e metida a escritora é apaixonada por prosas, crônicas e contos. Seus sentimentos e pensamentos ela expressa em seu blog “pelos olhos da cidade”. Dedicada, esforçada, exageradamente dramática e otimista, procura ver a vida de uma forma simplista. É uma antítese incessante.