Encontrar uma pessoa que abala nossas estruturas – de maneira positiva, é claro – entre tantas que esbarram com a gente durante nossa caminhada, são tantas idas e vindas a busca que quando finalmente encontramos alguém que nos tire o fôlego, que faça nossas pernas tremerem, que prenda seu pensamento um dia inteiro e ainda venha com o bônus de um beijo bom e uma conchinha que se encaixa perfeitamente não é algo que acontece todo dia.

Talvez por isso é que a gente nem perceba quando chega e simplesmente a deixamos ir porque o trabalho consome toda a energia, porque a gripe pegou de surpresa, porque a faculdade tá muito corrida, porque nos finais de semana finalmente é dia de descansar e encontrar os amigos e ficar trancado em um quatro por quatro em plena luz do dia a não ser que seja por conta de uma puta ressaca não parece uma ideia favorável no auge dos 20 e poucos anos, não é?

Copos de vodca com energético ao som de uma música alta que não dá pra identificar ao certo se é boa ou ruim parecem muito mais interessantes que beber vinho barato em uma caneca de plástico e um papo gostoso sobre um assunto qualquer.

Porque o medo de que aquele olhar que parece apaixonado espere mais do que podemos oferecer se instala como um vírus que vai tomando conta de tudo e daí é que ele – o medo – se instala de vez e não dá chance para as várias possibilidades que poderiam vir além de um olhar apaixonado que as vezes nem é tudo isso que você imagina, talvez seja apenas um bem querer, uma vontade de estar junto sem se importar se é dia de semana, se o quarto é pequeno, se tá calor demais e o ventilador tá quebrado, se dormiu no meio do filme ou se está entrando água pela janela no meio da noite.

Quem se importa com esses detalhes quando a vontade de estar perto é maior do que a vontade de ir embora? Porque seria melhor valorizar um vestido colado ou um perfeito delineado ao invés de um cabelo bagunçado e um lençol amassado no dia seguinte?

A verdade é que não existe dia ruim, trânsito, distância, gripe ou tempestade quando existe vontade. Porque como sempre digo e insisto em repetir: Quem quer arruma um jeito, quem não quer arruma desculpa e perde momentos e pessoas incríveis pelo medo de se entregar.

Se apaixonar é como saltar em uma piscina gelada, no começo parece assustador, mas depois você percebe que se não tivesse pulado teria perdido toda a diversão. É deixar acontecer ao invés de inventar porquês, é parar de inventar desculpas e ser o motivo do sorriso bobo no meio do dia de alguém agora, antes que esse alguém se canse de esperar e simplesmente vá embora pra deixar pra trás apenas o arrependimento de tê-la deixado passar…








é Mineira de certidão e paulista de coração. Amante de café, citações e boas histórias. Metade clichê e metade metamorfose ambulante que acredita sempre no melhor das pessoas e acima de tudo no amor que move montanhas e refaz corações partidos.