Os acontecimentos frustrantes na vida pessoal pode afetar a vida do indivíduo, gerando pessoas fracassadas.A falta de um projeto de vida, de um objetivo definido, leva a um vazio existencial e a objetivos vagos e indefinidos. Se o objetivo na vida é vago, as realizações serão vagas e bem escassas. As pessoas se descobrem sem um ideal, sem uma causa, daí o desânimo e a falta de motivação.
É através de um processo de busca, de conhecimento de si mesmo, que as pessoas encontrarão os caminhos mais corretos para as suas vidas no sentido de um permanente incentivo, de uma automotivação, levando-os pelos caminhos da desejada realização pessoal.

Uma série contínua de fracassos interfere na vida das pessoas, acabando, ou diminuindo as suas forças e deixando-as suscetíveis a doenças físicas e mentais. São doenças associadas ao estresse. O estresse crônico, isto é, uma situação de permanente pressão leva ao aparecimento de sintomas associados como insônia, cansaço e dores de cabeça, que reduz a qualidade de vida, e as pessoas podem se tornar ansiosas, deprimidas ou doentes.

Desânimo e tristeza são sinônimos de depressão. Uma pessoa deprimida, para não se deixar levar pela tristeza deve procurar auxílio familiar, de amizades, de profissionais de saúde e/ou auxílio espiritual. São muito os caminhos disponíveis quando as pessoas decidem não se deixar levar pelos insucessos e fracassos da vida. Para o processo de autoconhecimento é necessário que se aprenda como viver em “paz” consigo mesmo, se relacionando com as outras pessoas e com a natureza. Viver em paz consigo mesmo, através da sabedoria, educando sua mente, emocionalmente, pelo amor, compaixão, discernimento, alegria, equilíbrio, cuidando da saúde e participando socialmente das atividades, procurando a harmonia com a natureza, respeitando-a acima de tudo.

O autoconhecimento é importante na resolução das angústias que nos afligem no dia-a-dia; na maior resistência a frustrações; no combate aos medos, estresses e à depressão; para a melhoria das relações interpessoais, na harmonização das relações familiares , com amigos, colegas, superiores e subordinados hierárquicos; e também para melhorar o nível de convivência com vizinhos, comportamento no trânsito, na melhoria da qualidade de vida.

As emoções humanas , como medo, raiva, tristeza, alegria, afeto, sexo -podendo ser geradas pelo pensamento, definem que o individuo, no seu desenvolvimento pessoal, sofre influências que estabelecem uma origem particular através das emoções individuais de cada um. “A educação emocional implica em desenvolver o autoconhecimento, a autoconsciência, a nível psicológico e somático. Em desenvolver a capacidade de identificar e reconhecer suas emoções e sentimento, avaliando suas intensidades, e as expressões corporais correspondentes, no momento em que ocorrem. A controlar suas expressões emocionais, a aprender a monitorar seus impulsos e a adiar suas satisfações. Faz parte da educação emocional o desenvolvimento da empatia, capacidade de reconhecer corretamente as emoções do outro e de compreender seus sentimentos e perspectivas, respeitando as diferenças com que as pessoas encaram as coisas, permitindo convívio harmônico com o outro.

Devemos procurar nos ver como um guerreiro, um guerreiro da paz, guerreiro da verdade. Guerreiro é aquele que se fortalece ao procurar conhecer a si próprio. Para tanto, se faz necessário erradicar da mente a avareza, o ódio e a desilusão. Buscar estabelecer em nós mesmos a sabedoria e a amorosidade. Não se fecha com idéias preconcebidas sobre como são as coisas. Não crê cegamente. Quer experimentar a verdade por si mesmo. É suficientemente valoroso para experimentar e aceitar as conseqüências. Na prática da meditação se requer e se desenvolve o valor do guerreiro. Devemos ser capazes de receber a força e o entendimento que vem do silêncio, de parar o diálogo interno. Enquanto persistir o diálogo interno permaneceremos na prisão das palavras.Tem o valor para experimentar, investigar, explorar o que ocorre.”

Não é necessário um esforço sobre-humano para praticar a renúncia; só se requer energia para superar nossa inércia e nossos velhos hábitos. Quando fazemos esse esforço, experimentamos um alívio na mente que vem de libertar-se dos apegos. De viver com simplicidade. De uma vida simples, de não necessitar ou possuir demasiado, vem a satisfação e a paz. Todo momento em que a mente está livre da avareza, do ódio e da desilusão se manifesta uma força purificadora no fluxo da consciência, e em nossa evolução podemos acumular muitas dessas forças purificadoras da mente.

Existem três pilares, três campos de ação, que cultivam e fortalecem a forças purificadoras da mente: generosidade, moderação moral e meditação:

O primeiro deles é a generosidade. Dar é a expressão mental da não-avareza, que quer dizer soltar, não reter, não se agarrar.Os resultados cármicos da generosidade são a abundância e relações profundamente harmoniosas com outras pessoas. O que nos mantém cativos é o desejo e o aprisionamento de nossas próprias mentes. Ao praticar a generosidade aprendemos a nos libertar. Para algumas pessoas o ato de dar é muito difícil. Porém, é possível superar a avareza simplesmente… doando. Basta começar a praticar a doação. Todo ato de generosidade vai debilitando pouco a pouco o fator da avareza. Por meio da prática todos podemos nos converter em doadores potencias.

O segundo pilar é a moderação moral. A resolução de seguir este preceito básico nos servirá de lembrança quando estivermos a ponto de cometer algum ato incorreto. Toda ação correta, toda abstenção de atividade nociva, produz lucidez e claridade. Seguir esses preceitos morais como norma de vida nos mantém lúcidos e claros. A este nível de compreensão, os preceitos não se tomam como mandamentos, e sim pelo efeito que têm em nossa qualidade de vida.

O terceiro pilar de atividade purificadora da mente é a meditação. Meditação é o desenvolvimento da concentração, da capacidade da mente permanecer quieta em um objeto, sem agitar-se ou vagar. Mas, a concentração por si só não basta. É preciso o cultivo do conhecimento intuitivo. Isso quer dizer ver claramente o processo das coisas. Ver que tudo é transitório e flui, surgindo e desaparecendo momento a momento. Nascemos e morremos instante a instante. Não há nada a que se agarrar, nada a que se aferrar. Desenvolver o conhecimento intuitivo quer dizer experimentar o fluir da transitoriedade em nós mesmos, de forma que começamos a soltar, a deixar de apegarmos tão desesperadamente aos fenômenos da mente e do corpo.
A sabedoria é a culminação do caminho espiritual que se inicia com a prática da generosidade, da moderação moral e o desenvolvimento da concentração. Tudo começa a emergir ao nível consciente. E por meio da prática da atenção, de não se “agarrar”, de não condenar, de não se identificar com nada, a mente se faz mais lúcida e livre.