Há duas semanas voltei de uma viagem de autoconhecimento que durou um mês e meio, por três estados brasileiros e, como gosto de frisar, por diversos estados de alma.

No último dia na Ecovila de Piracanga, sul da Bahia, tive uma conversa transcendental e inesperada, enquanto buscava informações sobre transporte.

Era mais um dos fenomenais encontros que tive pelo caminho, que me levantou a questão da iluminação feminina.

Minha interlocutora falou à respeito de como há uma quantidade muito maior de mestres do que de mestras espirituais, porque fomos condicionados a acreditar que a mulher também deve transcender pela cabeça, coroa, pelo controle da mente, quando na realidade ela já nasce com a intuição e com a conexão com o “todo” muito mais desenvolvidas, e precisa se focar é em desenvolver a reconexão com a terra, com o útero.

Quando ela se conecta com seu feminino, com o poder ancestral que tem, ela emana amor. Se ilumina.
E isso faz muito sentido se a gente pensar que duas das mestras indianas mais “famosas” se chamam Amma (mãe). Uma forma o avatar Sri Amma Baghavan, casal que fundou a Oneness. A segunda é a mestra que abraça.

Quando ela me falou disso, muitas fichas caíram. Eu já estava meio fora do ar, porque aquela vila tem uma energia meio inexplicável, e comecei a entender porque a questão do Sagrado Feminino está emergindo, porque queimaram as bruxas, porque transformaram o feminino em feminilidade, em acessório.

Que o empoderamento proposto pela emancipação feminina desde os anos 1960 não empodera a mulher, mas a compara ao homem. Ela pode realizar as mesmas coisas que ele, mas jamais estará em igualdade de forças, porque seu poder é um, o masculino é outro.

A mulher estará completamente emancipada quando mergulhar no seu íntimo, na sua energia vital, na sua mãe interior (e pouco importa se ela quer ser mãe, se pode ser mãe e etc., e até mesmo se tem útero. A questão é mais ampla do que planos, preferências e ações externas. Trata-se de nossa raiz).

Ainda escrevo mais sobre o que absorvi por esses rincões.

A maior descoberta desta viagem, porém, é que há uma outra dimensão dentro desta. Há gente livre por aí.








"Jornalista, produtora e terapeuta em permanente construção. Terapeuta do Deserto é o nome que encontrei para representar meu “eu pensante” em transformação - movimento este que, confesso, não pedi. Mas ao entrar em contato profundo comigo a partir do yoga e depois de outras mil ferramentas de autodesenvolvimento, o processo se tornou sem volta. Compartilho minhas experiências e visão deste despertar, agora aportando na mágica cidade de Alto Paraíso de Goiás.