Por: Juliana Lima Faustino

A organização da vida, o planejamento, o estabelecimento de regras e horários é, sem dúvidas, um fator importantíssimo para nossa saúde mental e bem estar. Nada como sentir que a vida está em ordem e que as coisas estão no lugar. Mas para alcançar o tão almejado estado de plenitude e felicidade é preciso mais que ter uma vida exterior organizada, é necessário alcançar um estado de equilíbrio interior que independa da estabilidade do mundo exterior.

Ser pleno é ser completo, inteiro e esse estado só se alcança dentro de nós. Quanto mais dependermos de que as circunstâncias e as pessoas à nossa volta estejam bem para que possamos nos sentir emocionalmente bem, mais ansiosos ficaremos. Tudo a nossa volta é instável, tudo que hoje se mostra de uma certa forma, amanhã pode ser que já não seja assim. A vida é uma montanha russa, hoje tudo pode estar lá em cima, mas amanhã tudo pode despencar. É dentro de nós que as coisas podem estar sob nosso controle. Quando encontramos um equilíbrio interior, não nos deixamos levar pelos altos e baixos da vida, conseguimos nos manter emocionalmente estáveis apesar das dificuldades.

É claro, somos humanos e as situações, muitas vezes, nos abalam, mas quanto mais estamos completos em nós mesmos mais facilmente nos recuperamos das tempestades da vida e voltamos ao equilíbrio. Nos aproximarmos de um estado de plenitude exige autoconhecimento, alinhar os nossos valores aos nossos comportamentos, viver de acordo com o que acreditamos. É esse conhecimento que temos de nós mesmos que nos torna firmes em nossas escolhas e atitudes.

Pode até não parecer, mas hoje em dia não é tão simples para as pessoas dizerem quem são e o que querem, elas sofrem as influências do mundo, das pessoas com seus julgamentos, tudo interferindo na construção de suas identidades. Encontrar o sentido da própria vida e fazer valer a própria existência é uma luta diária com o mundo, mas principalmente consigo mesmo.

Alcançar a plenitude é legitimar a própria história, é estar feliz com as próprias escolhas, é saber o que quer e correr atrás disso. Desconhecer o próprio mundo interior, é viver alheio aos próprios desejos e valores, é viver pela metade, com a sensação constante de que a vida poderia ser bem melhor.