De acordo com a etimologia, a palavra fé tem origem no Grego, que significa “pistia” e remete a uma atitude de fidelidade.

A fé é um sentimento de crença em algo superior, implica numa postura contrária à dúvida e está intimamente ligada à confiança, pois ter fé representa ter esperança que a vida melhore.

A fé é algo profundo, que transcende o físico, está ligada à disposição que cada pessoa tem em confiar em uma força superior e de cultivar esse digno sentimento. A fé e a religião ligam o ser humano com as entidades para quem são atribuídos poderes sobrenaturais.

A religião é soma de dogmas e ritos preconizados por um determinado grupo. Mas a fé é a relação com algo mais intenso, não precisa estar ligada a nenhuma religião, porque ela é a prática da ética, da moral e da caridade – que a pessoa revela através de sua crença.

A ciência prova que a fé atua em áreas cerebrais responsáveis pelas emoções, reforçando o sistema imunológico para prevenir as doenças. Por isso, quando o paciente tem fé em seu tratamento médico, produz reações em seu corpo capazes de minimizar dores e melhorar a resposta do sistema imunológico.

As pessoas que têm fé ainda buscam saídas para seus traumas psíquicos, visto que as mudanças iniciam pelo processo mental. Sabemos histórias de pessoas que foram diagnosticadas com doenças graves e, através de sua fé, ficaram serenas durante os tratamentos médicos, conquistando a cura das enfermidades.

A conexão entre fé, espiritualidade e cura são conhecidas desde o início das civilizações antigas, como, por exemplo, os ensinamentos espirituais de Sócrates, Jesus e Buda, que foram decisivos para a concepção de um novo tipo de ser humano, responsável por suas escolhas e ações.

A ciência tinha decidido que a religião cuidava do espírito e a ciência, do corpo. Mas hoje cremos, graças à sabedoria destes grandes mestres e de outros, que além do corpo temos a dimensão espiritual, e podemos unir ambos para ajudar à medicina na cura das doenças.

A psicoterapia pode utilizar a fé e a espiritualidade como aliadas aos processos terapêuticos, uma vez que elas também ajudam a combater a depressão, abrandam os sentimentos de amargura e estresse, reduzem as doenças cardiovasculares, etc, melhorando a qualidade de vida das pessoas.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) tem realizado investigações sobre os fenômenos da fé e da espiritualidade, como conceitos multidimensionais de saúde, considerando que a fé e a espiritualidade, junto às dimensões corporais, psíquicas e sociais, são vitais aos processos de melhora e cura das doenças.








Sociólogo e Psicanalista