Fiquei sabendo do documentário “Eu Maior”, que reflete questões como autoconhecimento, sentido da vida e felicidade, depois que alguns amigos, gentilmente, lembraram de mim e me mandaram links sobre o filme.

Assisti e gostei. Mas o filme não é exatamente como eu imaginava.

Vale muito a pena assistir artistas, filósofos, cientistas, líderes políticos, espirituais e comunitários refletindo sobre a vida. Mas senti que faltou colocar a vida “comum”, do dia a dia, para falar (veja o filme ao final do texto).

Achei que faltou colocar mais “gente como a gente”, o povão, pessoas pobres mesmo (financeiramente falando), visões de mundos conflitantes etc.

Sempre que perco meia horinha falando com gente humilde, que trabalha demais e nem sempre conseguiu chegar aonde queria, saio com a impressão que aprendi “horrores” sobre a vida. A impressão que tive é que o documentário só traz gente “de sucesso”…

Não é que eu não acho importante ouvir o que os especialistas têm a dizer, muito pelo contrário. Só achei que faltou dar uma equilibrada mesmo.

Obviamente, contudo, gostei bastante dos depoimentos do “Eu Maior” e aproveitei para destacar algumas frases que falavam exclusivamente sobre o sentido da vida:

Rubem Alves – Escritor

“Uma vez um aluno me pediu uma entrevista, chegou na minha casa e me fez essa pergunta: ‘como é que o senhor se preparou, como é que o senhor planejou a sua vida para chegar aonde chegou?’ Eu percebi logo que ele me admirava, que queria o mapa do caminho e eu disse a ele, ‘eu cheguei aonde cheguei porque tudo o que planejei deu errado. Então eu sou escritor por acidente. Já fui outras coisas, já fui professor de filosofia, já fui teólogo, já fui pastor. Agora eu sou um velho.”

Flávio Gikovate, psiquiatra

“Eu vi uma frase de um autor francês entrevistado por algum veículo da imprensa que dizia assim, a vida não tem sentido nenhum, mas não é proibido dar-lhe algum. Então esse acho que é um pensamento ao mesmo tempo libertário e ao mesmo tempo que dá seriedade à ideia da vida. Quer dizer, a vida é um projeto individual, e nisso talvez eu seja mais anarquista do que vinculado a qualquer outra doutrina, enfim, é um projeto individual em que você tenta construir uma história para você. Uma história que na minha cabeça é norteada por valores da ordem moral, eu sou muito zeloso desse aspecto da condição humana. E ter também alguma ideia de crescimento pessoal. Então quer dizer, o sentido da vida é a gente sair 80 anos depois da chegada um pouquinho melhor do que entrou.”

Paulo de Tarso Lima, médico

“Acho que o sentido da vida é a expressão da sua integralidade. Quem sou eu, onde está a minha expressão aqui? E tentar viver isso, seja lá do tamanho que for. Acho que é essa reflexão de chegar num momento que o ser é mais importante que o fazer apenas, o fazer te ajuda a sustentar o ser, mas ser é base do processo. Então acho que isso á uma busca de autoconhecimento.

“Tem um ditado que está comigo já faz muito tempo que é, ‘tudo um dia será nada, e esse nada será o tudo que tanto procuramos encontrar’. Eu não sei da onde veio isso, mas isso está na minha vida há muitas décadas. Eu estou tentando entender até hoje esse ditado.”

Richard Simonetti, autor espírita

“A gente aprende que estamos aqui na terra com uma finalidade específica, que envolveria a nossa evolução. Se alguém me perguntar o que você está fazendo na terra, a gente aprende que estamos aqui para evoluir, superando as nossas limitações, as nossas dificuldades e problemas de relacionamento. Enfim, crescer espiritual, moral e intelectualmente. Então eu diria que a finalidade da vida, o objetivo da vida, o sentido da vida para mim seria isso, o empenho de evoluir sempre.”

Bárbara Abramo, astróloga

“O sentido da vida varia de acordo com a época a vida, o sentido da vida para mim já foi lutar por uma causa, depois foi amar um homem, depois cuidar das filhas, às vezes tudo isso junto, com algo em primeira instância, mas hoje em dia o sentido da vida é… A vida já tem um sentido, é diferente para mim hoje, hoje o viver é o sentido.”