Você queria que eu corresse atrás, que eu ficasse te enviando, desesperadamente, uma mensagem atrás da outra. Cê queria que eu te ligasse enquanto você brincava comigo e só atendia quando quando tinha vontade. Se tem uma coisa que eu você precisa saber é que indiferença não rola comigo. Pode até funcionar com todas as outras que você ficou, mas comigo não funciona, cara!

Teu orgulho não vai me fazer ficar no teu pé, teu ego não vai me deixar na tua. Quando você percebeu tudo isso, resolveu correr atrás de mim e me cobrar algo que você nunca me deu. Desculpa, cara, mas cê me cobrou um amor que no momento eu só consigo sentir por mim.

Queria te dizer que sinto a tua falta, mas agora cê é só um pedaço que passou por aqui e eu já aprendi a ser inteira. Eu pensei em te dizer: ”Pelo amor de Deus, fica!”, mas desde quando a gente precisa implorar alguma coisa pro amor? Desde quando a gente precisa pedir atenção ou mendigar presença de alguém?

Ainda bem que só pensei em te procurar e não procurei, é que o amor que eu sinto por mim não me permitiu que eu te implorasse absolutamente nada.

Desculpa, meu bem, eu me amo demais pra chorar por alguém como você. Eu me amo demais pra viver correndo atrás desse seu tipo de ser. Eu me amo demais pra me enganar ao ponto de trocar o meu amor inteiro por um amor meio bosta. Quem é inteiro, meu bem, não precisa de metade de ninguém.

E olha só que irônico, acordei e dessa vez parei de sentir a tua ausência e passei a agradecer o espaço que ficou depois que você foi embora. Desculpa por não ter entrado na tua, não voltar a me envolver na tua bagunça, nem ter sido, nem feito o que você esperou que eu fosse e fizesse.

Eu não pude continuar nisso, meu bem. Encontrei o meu amor próprio no meio do caminho e fiquei. Eu não vou te pedir pra ficar, não vou implorar a tua presença, não vou abrir mão de mim mesma por mais ninguém. Me disseram que a gente só consegue esquecer um amor encontrando outro, e foi ai que eu encontrei e nunca mais larguei esse tal do amor próprio.

A gente precisa se amar muito, mas muito mesmo pra não aceitar ser o cargo de segunda opção de ninguém. Não faço a mínima questão de fazer parte dessa tua vida, cara. Cê estava errado ao pensar que eu seria capaz de fazer por você tudo o que eu faria por mim. Mas é que eu me amo demais pra aceitar amor de menos.








Sou recifense, 24 anos, apaixonado por cafés, seriados e filmes, mas amo cervejas e novelas se houver um bom motivo pra isso. Além de escrever em meu blog pessoal e por aqui, escrevo também no blog da Isabela Freitas, sou colunista do Superela e lancei o meu primeiro livro em Novembro de 2014 pela Editora Penalux. .