Gostaria de começar escrevendo que já te esqueci, que estou curtindo minhas férias no Canadá e que não lembro mais do seu perfume. Mas a realidade é que não esqueci, aliás nem tentei. Na memória trago os melhores sorrisos, aqueles despretensiosos sorrisos que viviam a me tirar sorrisos. No coração carrego o peso da saudade envolto no calor do último abraço, abraço apertado com cheiro de morango maduro, e que deixa a gente com a sensação de sempre estar chegando em casa.

Minhas mãos estão trémulas o que me lembra as suas que sempre fora a razão de toda a minha segurança.

– Calma Luiz, eu estou aqui por você. E a sua voz sempre trouxe a serenidade acompanhada de uma piada ruim, mas que sempre me cercava de um frenesi absurdamente bom, recarga de energia com uma dose de liberdade, sempre foi essa sintonia que a nossa história transmitia. Estou aqui pensando, como estará os seus olhos ao ler essa carta? Com o mesmo castanho enlouquecedor que sempre despertou a minha paixão? Ou com aquele brilho único capaz de despertar em mim todos os prazeres e loucuras? E no final de tudo me fitavam e sem nenhuma palavra soletravam um:

– E-U T-E- A-M-O.

Comigo procuro imaginar que você está bem, mesmo que não mais na segurança de meus braços, que está feliz mesmo que não mais ao meu lado, tudo que sempre te desejei foi o maior amor do mundo, é o mínimo que posso te desejar por não ter tido a sorte de ser para sempre o seu par, mas que conste nos altos do processo, e que a verdade seja dita, cantada, ou até escrita: “- Aonde quer que eu vá, você sempre será o gosto que irei descrever o amor”.

A paz do seu sorriso continua sendo a minha última imagem ao dormir, espero que tenha um bom dia, onde quer que você esteja, em uma sala de aula nos últimos segundos para sair e respirar aliviada, ou quando estiver deitada em sua cama ouvindo aquela música que ainda pode lembrar nós dois. Não sei você, mas ainda tenho na escrivaninha todos os CDs que você me deu. – Qual é? Acabou o nosso relacionamento e não necessariamente o meu amor. E hoje é um dia especial em sua vida, e não estarei ao seu lado, mas de alguma forma senti a necessidade de lhe dizer: “- Você será sempre importante para mim”.

Não importa em que rua a sua vida se encontra, se irá demorar meses, um novo ano ou talvez até um novo século, aqui, em minha história você sempre será a dona do capitulo principal. De todas as memorias escondidas que gritam para implodir, resolvi resgatar a do nosso final.

– Você estava indo romanticamente bem até aqui. Tinha que estragar tudo mais uma vez?

– Como eu ia dizendo, não estou tentando voltar para sua vida, apenas quero deixar claro o quanto você sempre ira significar por aqui. Rolou a separação, uma pitada de drama, e algumas lágrimas insistiram em cair sobre a minha pipoca caramelizada, trazendo a seguinte mensagem: “ Nem tudo que acaba precisa ter ponto final, um texto pode virar um livro, um livro um filme, do filme um grande seriado americano, e por que não?

Assim como nem tudo é propicio ao fim, do nosso amo levarei comigo todos os momentos que você me fez bem. -Oh! E quantos momentos vivemos. E eu viveria muito mais, não como casal, mas como uma pessoa que conheceu outra, que por sua vez era extremamente especial, e essa pessoa veio para mostrar o sabor doce de um novo final.

– Esta é uma carta de carinho, recheada de saudades, não do que fomos uns dias juntos, mas das lembranças que ainda carrego mesmo estando separados. Você será sempre aquele amor. O qual relembramos diversas vezes e dormimos sorrindo.

– Mas não acabou?

– Depende da visão que você escolhe ter, de um lado um ex. casal, para mim o meu melhor amor que veio para cercar minha história com seu direito autoral.

PS: Espero que esteja bem, por aqui? Eternas saudades suas.








Re Vieira, guria apaixonada pela vida, escorpiana formada em direito, amante das palavras, ama café, gente divertida e vinhos, sou aspirante a escritora, louca de intensidade e sobrenome, tenho 27 anos mas perco a maturidade diante de um sorvete com gomas de mascar, me convidem pra beber e viramos amigos de infância.