O divórcio é algo cada vez mais comum entre os casais. Não é difícil nos deparar com pessoas vivendo conflitos intensos por conta do pesadelo do divórcio. Mas, e os filhos, como ficam no meio da confusão dos adultos? Será que os pais têm consciência das consequências dos conflitos intensos sobre os filhos?

As crianças e adolescentes expostos de forma inadequada aos conflitos dos pais podem demonstrar sentimentos como, por exemplo, abandono, decepção, raiva, medo, ansiedade, culpa, negação, rejeição, depressão e choque.

Um forte sentimento pode ser avassalador se for desconhecido. Aprender a nomear e descrevê-los pode reduzir a ansiedade causada por uma emoção estranha e desconhecida. Ouvir com atenção o que os filhos têm para dizer e validar os sentimentos deles é muito importante para o desenvolvimento emocional das crianças. Quando não ouvimos, desvalidamos ou punimos o relato sobre o que o outro sente, não o ajudamos a deixar de sentir aquilo, ao contrário, o ensinamos a não compartilhar conosco o que é sentido.

Pais, lembrem-se sempre: os filhos estão sempre observando vocês. Portanto, se resolverem seus conflitos por meio de brigas, ofensas e discussões, é assim que eles também resolverão seus próprios problemas, inclusive, os conflitos que, porventura, possam ter com vocês.

O divórcio é desagradável, estressante e, por vezes, pode se tornar devastador para os adultos que não possuem discernimento e civilização para resolver os problemas com maturidade. Por isso, é fundamental que, durante o divórcio ou períodos prolongados de tristeza e raiva, os pais saibam expor os sentimentos de maneira adequada e não deixem de cuidar de si mesmos. Para ajudar os filhos a enfrentar as mudanças advindas do divórcio, eles precisam estar bem emocionalmente e ser modelos de conduta.

Os pais que cuidam e valorizam suas próprias necessidades emocionais, físicas e sociais, normalmente, têm mais condições de ajudar seus filhos. Além disso, apresentam comportamentos mais assertivos ao longo de suas vidas.

Conheça e respeite os sentimentos dos filhos em relação ao divórcio. Eles têm o direito de sentir como se sentem. Os pais devem mostrar que os sentimentos não são bons ou maus; as ações, entretanto, podem gerar resultados positivos ou negativos.
Explicar aos filhos o que vai acontecer e o porquê – respeitando, é claro, a capacidade cognitiva da criança para compreender os fatos – é uma boa alternativa para deixá-los seguros e amparados.

As crianças e adolescentes não devem ter preocupação de adulto e muito menos ser usados como objeto na disputa litigiosa dos pais.

A sua família não acabou diante do divórcio, apenas mudou de forma. Se o divórcio foi a melhor escolha para o casal, essa decisão deve se tornar progresso para a vida de ambos e não cenário de brigas intensas. Afinal, os filhos serão sempre filhos e merecem pais cuidadosos e comprometidos com o bem-estar deles.