“Nunca discuta com uma pessoa grosseira. Ela vai levar vantagem por ter experiência em ser estúpida.” (Mark Twain)

Muita gente confunde aquilo que sentimos em relação a elas, baseando-se tão somente no que esperam receber dos outros, sem refletir sobre o que vem a ser a causa da forma como estamos nos comportando. Não gostar de alguém não significa que o trataremos mal, da mesma forma que não sorriremos o tempo todo às pessoas que nos são queridas.

Quando gostamos realmente de uma pessoa, estaremos querendo sempre o seu bem, torcendo para que ela alcance sucesso na vida, desejando o seu melhor em tudo. Por isso mesmo, então nos sentiremos na obrigação de alertar-lhe quando estiver caminhando por trilhas perigosas, por trajetos errados. Muitas vezes, inclusive, teremos que ser antipáticos, dizendo-lhe as verdades de uma maneira nada agradável, para que caia em si e se recomponha.

No entanto, essa pessoa poderá nos entender de forma errada, assimilando nossas advertências como se fossem implicâncias, como se não gostássemos dela. Muito pelo contrário, quanto mais amamos alguém, mais estaremos torcendo pela sua felicidade, o que requer que tenhamos que chamar a sua atenção, quando percebermos que seu comportamento a desviará da serenidade que desejaremos a ele.

Normalmente, tendemos a tentar ignorar as pessoas de quem não gostamos, de quem queremos distância. Como se nos preservássemos da maldade alheia, como um instinto de sobrevivência, somos levados a nos afastar daqueles que nos fazem mal, daqueles que nos ferem, não trazem nada de bom, não sabem o que é sorrir e não admitem ver ninguém sorrindo. Gastar energia e tempo com quem não merece equivale a masoquismo, além de ser inútil.

Sim, nós brigamos com as pessoas de quem gostamos, pois é assim que aparamos as arestas, é assim que o relacionamento se torna cada vez mais transparente e verdadeiro. Lutarmos para manter as pessoas queridas por perto requer discutir o que incomoda, o que atrapalha, pois é dessa forma que demoramos perto de quem a gente ama. Por isso é inútil brigar com os desafetos, simplesmente porque com eles não queremos ficar nem melhorar nada, e dificilmente conseguiremos, por mais que tentemos.

Não dá para explicar muito bem as razões de gostarmos ou não das pessoas, ou seja, cabe-nos sorrir sempre junto a quem traz verdade e, na medida do possível, bem longe de quem é atraso de vida.








Graduado em Letras e Mestre em "História, Filosofia e Educação" pela Unicamp/SP, atua como Supervisor de Ensino e como Professor Universitário e de Educação Básica. É apaixonado por leituras, filmes, músicas, chocolate e pela família.