Amores são um prato que se come quente, daquele tipo que de tão fumegante pode te queimar a língua!

Eu sempre fui uma negação na cozinha, preferindo muitas vezes recorrer aos congelados, aqueles que não requer muita habilidade ou disposição para preparar. É tudo muito prático e fácil de fazer: É só tirar da embalagem – ou não – colocar no microondas e voilá, está pronto um prato digno de masterchef – ou quase. Apesar de não gostar muito de cozinhar, a vida me fez aprender na marra a fazer o meu próprio feijão por assim dizer e agora quando me meto a preparar algo com as minhas próprias mãos desastradas e desajeitadas, por mais simples que seja o prato, eu tento fazer tudo direitinho – o possível e o impossível – para que saia tudo perfeito assim como na receita.

No amor, eu também nunca tive muita sorte e infelizmente não existe uma fórmula mágica ou uma receita a ser seguida à risca, mas a base é mais ou menos a mesma coisa: é preciso muita persistência, doses colossais de paciência, além de muito cuidado e carinho para que saia tudo perfeito. Eu posso até não saber cozinhar, mas sinceramente – ao menos no amor – eu não gosto das receitas prontas, dos pratos rápidos, pré-fabricado ou daquilo que é mais fácil ou mais prático. Eu gosto mesmo é daquilo que é complicado, do difícil, de colocar a mão na massa e de me superar a cada dia, mesmo que isso custe alguns arranhões, cortes, queimaduras e erros de percurso. Eu gosto daquilo que me desafia dia após dia a ser uma pessoa melhor e a superar os meus limites.

Amores mornos não merecem o meu tempo e dedicação.Eu gosto mesmo é da paixão avassaladora,
Se cozinhar é uma declaração de amor, manter alguém em banho-maria mesmo sabendo que a sua intenção não é permanecer ali por tempo suficiente para se apegar é uma declaração da falta de capacidade de se doar verdadeiramente a alguém. Amores mornos não merecem o meu tempo e dedicação, pois este é um prato que se come quente, daquele tipo que de tão fumegante pode te queimar a língua e eu não tenho medo de arriscar. Eu gosto mesmo é da paixão avassaladora, daquele tipo que me tira o ar e que me tira sono. Sem receitas e sem meias-medidas. Gosto mesmo é daquilo que me faz me atirar sem medo do inesperado.

Como sempre digo e repito: amar é para corajosos, escolher o caminho mais fácil, pode até ser mais cômodo, mas não lhe trará o aprendizado necessário para ser alguém melhor e aprimorar a sua própria fórmula e isso vale tanto para os relacionamentos quanto para a cozinha. É queimar o feijão, fazer um arroz papa e quebrar a cara para depois se refazer do fracasso e tentar de novo. Mais uma vez; outra e assim por diante até acertar…

Amores: é preciso aceitar que não existem tutoriais mirabolantes que nos ensinem a receita mágica!
Pois, como bem sabemos se não existe amor naquilo que se faz o resultado só pode ser um completo desastre. É aceitar que não existem tutoriais mirabolantes no youtube que nos ensinem a receita mágica para ter sucesso em nossos relacionamentos amorosos ou que vão te salvar de uma possível decepção e que é inevitável derramar algumas lágrimas. Pode até existir, mas pode também não servir para todo mundo, pois cada pessoa é única e suas reações também. A tentativa e erro sempre foi a melhor forma de se tornar um Expert tanto na arte de cozinhar quanto na arte de amar.

No fim das contas, só saber cozinhar não é o bastante para construir uma relação, assim como o amor também não. Então a melhor solução é criar a sua própria fórmula, a sua receita, usando o seu ingrediente secreto. Qual é? Esse é um segredo que você terá que descobrir sozinho ou você já viu algum cozinheiro de sucesso revelar o seu segredo?








é Mineira de certidão e paulista de coração. Amante de café, citações e boas histórias. Metade clichê e metade metamorfose ambulante que acredita sempre no melhor das pessoas e acima de tudo no amor que move montanhas e refaz corações partidos.