Todos nós temos a oportunidade de saldar karma através dos nossos relacionamentos. O primeiro karma que enfrentamos na vida é a nossa família. Com ela aprendemos as mais belas lições de amor e de perdão. Por vezes, temos também grandes missões conjuntas para ajudar ou enobrecer os outros.

À medida que crescemos, as nossas relações mudam: dos pais e irmãos passamos aos companheiros ou conjugues. Os casamentos geralmente também são relações kármicas, em que há dívidas a serem saldadas, com grandes aprendizagens evolutivas para a alma. Do ponto de vista das vidas passadas, há três tipos básicos de casamentos:

1º União das almas irmãs: as almas irmãs são semelhantes e aprendem as mesmas lições; muitas vezes trabalham juntas numa missão comum. São uma espécie de colegas na sala de aulas da vida;

2º União kármica: pessoas que pouco ou nada têm em comum e que se reúnem para equilibrar o Karma. Antes de encarnarem, marido e mulher podem ter concordado em trazer ao mundo determinadas crianças que também fazem parte do seu grupo kármico. Estas almas pretendem corrigir os erros do passado e, por vezes, funcionam numa relação de amor-ódio. Quando o Karma é resolvido, a relação acaba por se dissolver;

3º União de almas gémeas: uma alma gémea é a nossa metade e podemos ou não estar unidos a ela na vida atual; a alma gémea pode nem estar encarnada. As duas almas formam uma na totalidade da realidade divina.

Todos nós encarnamos pela primeira vez com a nossa alma gêmea: um simboliza a polaridade masculina e o outro a feminina, para realizarmos juntos uma missão e evoluirmos espiritualmente. Mas caímos do estado de perfeição e harmonia divina com as nossas ações e criamos karma com a nossa alma gémea e com outras almas, afastando-nos. Assim, reencarnamos com todos aqueles com quem temos que saldar as nossas dívidas até sermos merecedores do encontro mágico que é a união com a nossa metade cósmica.

Platão já dizia: «Quando as almas gêmeas se encontram, o par perde-se numa admiração de amor, amizade e intimidade.» Por vezes temos breves encontros com a nossa alma gémea, encontros esses que nos lembram de quem somos e que nos preparam para nos encontrarmos no futuro. Como reconhecer a nossa alma gémea, se reconhecemos também almas afins? É uma sabedoria interior que sabe o quão especial essa pessoa é, através de um olhar.

A ligação reside principalmente no chakra cardíaco e é capaz de fazer-nos sentir em êxtase. É uma ligação diferente da paixão ou do afeto e carinho. É uma ligação que deixa as almas em sintonia, como se falassem a mesma linguagem, como se com um olhar tudo dissessem. As almas gémeas podem inclusive comunicar telepaticamente e ter encontros astrais, onde dão mensagens uma à outra ou põem em prática o que não pode ser possível no plano físico.

Já o Zohar, a obra principal da Cabala, nos diz que Deus nos unirá à nossa alma gêmea quando vivermos uma vida de pureza e boas obras, ou seja, quando saldarmos o karma que nos separa. Para merecermos a união com a nossa alma gêmea, devemos estar em sintonia divina, praticando boas ações com o próximo e connosco próprios. Todas as dívidas devem estar saldadas com as outras almas que foram cruzando o nosso caminho ao longo de várias vidas.

A relação com a alma gêmea pode ser mais difícil do que qualquer outra relação, pois no passado podemos ter-nos também magoado ou traído. No entanto, à medida que expandimos o nosso coração para dar e receber mais amor, vamos atrair até nós a nossa alma gémea, no tempo certo. O objetivo da nossa alma não é encontrar a alma gêmea, mas sim amar. Amar a vida, amar as pessoas, amar a natureza. Amar tudo o que existe aceitando as coisas como elas são. Viemos ao mundo essencialmente para aprender a amar.








Susana Vieira Ramos é Mestre de Reiki, com formação em Vidas Passadas, Leitura da Aura e Anatomia Energética. Iniciou o seu percurso profissional como professora de Português e Filologia Clássica, mas é no desenvolvimento pessoal e espiritual que realiza a sua missão de vida.