Cansa quando só um lado da balança pesa e se doa. Esgota. E, por mais que a gente alerte, nada muda, porque simplesmente existem pessoas que não mudam, tampouco estão dispostas a mudar, uma vez que não estendem os olhos além de si mesmas.

Vez ou outra, algumas pessoas nos apresentam justificativas questionáveis, quando não correspondem ao que precisavam. No entanto, há aquelas que quase nunca são capazes de terminar o que começam, de honrar os seus compromissos, ou de cumprir as tarefas que são delas, não sem terem, na ponta da língua, justificativas difíceis de se sustentarem por tanto tempo.

Existem pessoas que nunca chegam no horário marcado, que não conseguem terminar o expediente sem pendências, que jamais são capazes de corresponder a um simples pedido que lhes fazemos. Não cumprem prazos, nem promessas, ou seja, são pessoas com quem não podemos contar, em hipótese alguma. O pior é que não conseguem justificar-se com segurança, muitas vezes repetindo as mesmas desculpas de sempre, com algumas pequenas mudanças no enredo.

Infelizmente, quem arranja desculpas para tudo na vida também se comportará desse jeitinho quando se tratar dos relacionamentos pessoais. Certamente, irão deixar os parceiros no vácuo em muitos momentos, não comparecerão aos encontros agendados com amigos, tampouco conseguirão prestar favores mínimos que sejam a ninguém. Somente se mostrarão firmes no propósito de trazerem o velho corolário de desculpas esfarrapadas que ninguém mais engole.

E é tão cansativo ter que se decepcionar, que ficar sem receber de volta e ter que ouvir sempre as mesmas desculpas, digerindo justificativas que se repetem e se repetem dia após dia. Cansa quando só um lado da balança pesa e se doa. Esgota. E, por mais que a gente alerte e avise o outro, nada muda, porque simplesmente existem pessoas que não mudam, tampouco estão dispostas a mudar, uma vez que não estendem os olhos além de si mesmas.

E, para piorar, quando nos cansamos de vez e paramos de acreditar nos indivíduos que nunca provaram o contrário, nem nunca o tentaram, a maioria deles ainda se sente no direito de se ofenderem e de se sentirem injustiçados, como se nós fôssemos a parte errada e malvada da história. Não se trata, porém, de certo ou errado, de bondade ou maldade, mas sim de gente que cumpre e gente que não cumpre o que promete. Infelizmente, algumas pessoas jamais poderão obter o nosso voto de confiança.








Graduado em Letras e Mestre em "História, Filosofia e Educação" pela Unicamp/SP, atua como Supervisor de Ensino e como Professor Universitário e de Educação Básica. É apaixonado por leituras, filmes, músicas, chocolate e pela família.