Querido Desconhecido (a),

Este ano eu encontrei o meu lugar.

Ele estava escondidinho debaixo de alguns escombros vindo de milhares de tentativas e construções mal sucedidas.

Todas elas nascidas de movimentos ansiosos, e principalmente, fugas.

Eu não queria construir nada.

Eu queria ser construída.

Entreguei ao outro meu poder de colocar tijolos.

De escolher as cores.

De decisão.

Deixei para lá minha sabedoria nata, meus instintos e segui por anos o que estavam dizendo do lado de fora baseado em crenças limitantes.

Até que eu parei.

Chorei todo o meu passado.

Aceitei minhas condições.

Me desfiz de velhas malas.

E escolhi.

Escolhi cada tempero, recebi cada objeto, comprei detalhes e coloquei de pé o que sempre sonhei.

Realizei minha conquista internamente para então contemplá-la.

E em cada cantinho desta obra eu me reconheço.

De forma crescente e concreta minha busca por mim mesma se encontra.

Une os pedaços com cola amorosa e vai criando uma coisa nova por dia sem perder a essência.

Passos dados a favor da missão que escolhi e aceitei.

Em 2017 chutei os baldes que me condicionavam para pintar as paredes que me sustentam.

Que seja bem vindo 2018.

Colorido.

Radiante.

Romântico.

Concreto.

Real.

Seja bem vindo ao meu mundo, querido desconhecido








Eu escrevo desde criança, fui inspirada por meu avô Hildebrando Affonso de André, o poder das palavras. Sou uma escritora de cartas, escrevo cartas endereçadas para as pessoas que me pedem, todas elas são escritas pensando em uma pessoa especial que me enviou um pedido em particular, mas elas acabam servindo para todos nós! Quer uma carta também? Isa Motta, escritora de cartas, apaixonada por pão de queijo e brigadeiro, mãe da Olívia.